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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Para Nathan Blanche, BC agiu corretamente
O Banco Central decidiu ontem vender dólares por não ter
muitas alternativas. Desde segunda-feira, as linhas internacionais de crédito secaram totalmente e os bancos brasileiros também foram obrigados a
restringir os empréstimos de
uma forma severa. A freada tinha afetado inclusive a oferta
de crédito para o capital de giro
das empresas.
A decisão do Banco Central
foi tomada após chegar à conclusão de que era preciso dar
uma solução rápida para o problema da restrição de crédito.
Numa crise financeira, as decisões têm de ser tomadas em
tempo rápido.
A alternativa do BNDES de
ampliar os financiamentos, que
será adotada pelo governo, leva
muito tempo. O BNDES possui
uma burocracia que impede a
aprovação rápida dos empréstimos.
Em 2002, quando o Brasil viveu uma crise cambial provocada pela eleição presidencial, o
Banco Central também tomou
a mesma iniciativa. A torneira
do crédito fechou e o Banco
Central usou uma parte das reservas para irrigar o sistema financeiro.
Uma parte do governo tem
consciência de que o mundo está passando hoje por uma crise
sistêmica que só tem paralelo
com o crash de 1929 e ninguém
sabe qual será a extensão desse
terremoto.
Na opinião de integrantes da
equipe econômica, a idéia do
governo dos Estados Unidos de
adquirir os títulos podres do
mercado parece inevitável e
pode dar um alívio significativo
para a crise, mas a turbulência
não vai acabar.
Espectador privilegiado de
todas as crises econômicas vividas pelo Brasil desde a década
de 1970, o empresário Nathan
Blanche, sócio da Tendências
Consultoria, considera esta a
maior que já assistiu. "Nesses
volumes, essa crise é inédita",
afirma.
Blanche diz que foi correta a
decisão tomada pelo Banco
Central de usar a reserva para
compensar a restrição de crédito externo. Segundo ele, a freada no crédito iria afetar as exportações brasileiras e deteriorar as expectativas da balança
comercial para o ano que vem.
Além disso, de acordo com
Blanche, de nada adianta ter
um colchão de reservas de
US$ 206 bilhões se não puder
usá-lo em momentos como o
atual.
Nathan Blanche acredita que
o país tem todas as condições
de se sair bem dessa crise, desde que as autoridades econômicas não façam bobagens.
"A nossa situação hoje, no
Brasil, está muito melhor do
que nas outras crises, mas o governo não pode descuidar e falar bobagens", afirma o economista.
Mas que bobagens? "Dizer,
por exemplo, que o país está
blindado ou defender a criação
do fundo soberano."
DOU-LHE UMA
As casas de leilões devem começar a ser inundadas com
obras de acervos de grandes bancos em breve. A coleção
de arte do Lehman Brothers, que tem mais de 3.500
obras espalhadas pelo mundo, já está cobiçada. Segundo a
Bloomberg, especialistas em mercado de arte afirmam
que, em pouco tempo, o acervo da instituição deve tomar
o rumo dos leilões. Na coleção do banqueiro Robert Lehman há nomes como Goya, El Greco, Ingres, Van Gogh,
Gauguin e outros. O Museu Metropolitan de Nova York
tem uma ala especial para as peças de Lehman.
Cai intenção de compra de carro e material de construção
A intenção de compra de automóveis, eletroeletrônicos,
eletroportáteis, de materiais de
construção e de produtos de cama, mesa e banho caiu no terceiro trimestre deste ano em
relação ao segundo, mostra
pesquisa do Programa de Administração de Varejo, da Fundação Instituto Administração,
e da Felisoni & Associados.
Dos 10 produtos pesquisados, 5 tiveram aumento no índice de intenção de compra no
período. Os produtos em que os
consumidores estão mais interessados foram linha branca,
móveis, informática, cine e foto
e telefonia e celulares.
Claudio Felisoni de Angelo,
coordenador do programa, afirma que a pesquisa reflete as expectativas menos otimistas do
consumidor em relação a emprego, inflação e taxa de juros.
"Esses produtos que tiveram
queda na intenção de compra
são influenciados pelo câmbio,
pelo juros -dos quais dependem os financiamentos-, e pela renda real. Há expectativa de
renda real menor em razão da
inflação maior esperada para
este ano", diz Angelo.
DE MUDANÇA
Gilberto Caldat, vice-presidente do Citigroup no Brasil para a área de varejo, está
de saída. Já tirou o passaporte para uma administradora
de cartão de crédito.
DIÁRIA
A Argentina foi o destino
internacional mais escolhido pelos brasileiros que utilizam os serviços do Cli-
ckhoteis, central de reservas
on-line, no período entre janeiro e agosto deste ano. Em
seguida, estão as viagens para o Chile, os Estados Unidos e o Uruguai.
COFRE
A Prosegur Brasil investe
R$ 12 milhões para construir a tesouraria da empresa em São Cristóvão, no Rio.
É a maior tesouraria da multinacional no mundo.
CAUBÓI
O consumo de uísque foi
1,27% maior de dezembro de
2007 a julho deste ano ante
os mesmos meses de 2006/
2007, segundo a Nielsen. O
valor das vendas foi 5% mais
elevado no período.
PARCERIA
A holding LDI, por meio
de sua subsidiária Lindencorp Incorporadora, fechou
uma joint venture com o
fundo norte-americano de
investimentos imobiliários
Golden Tree InSite Partners. O aporte inicial previsto é de R$ 400 milhões, que
deve ser usado para o lançamento de incorporações
imobiliárias nos próximos
cinco anos. Entre as áreas de
atuação da holding, estão loteamentos e imóveis de médio e alto padrão.
NO MAPA
A consultoria imobiliária
Binswanger Brasil faz parceria com a Urban Systems
Brasil para oferecer aos
clientes mapas com informações estatísticas. O sistema é capaz de identificar
perfil de renda e faixa etária
nas regiões, o que ajuda a
precificar os imóveis.
MIRA
A marca de óculos LupaLupa começa a se expandir
por meio de franquias. O objetivo é passar dos atuais 21
pontos-de-venda no país para 60 até o fim deste ano.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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