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Para Lula, banco afetado pela crise é "palpiteiro"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RIO GRANDE (RS)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de "palpiteiros" os bancos internacionais
afetados pela crise das hipotecas de alto risco nos EUA e
comparou o sistema financeiro
internacional a um cassino.
"Bancos muito importantes
passaram a vida medindo o risco deste país, como se eles fossem os superinteligentes e nós
os supercoitados. É com muita
tristeza que esses palpiteiros
estão quebrando, estão entrando em concordata", disse Lula
durante discurso na cerimônia
de "batismo" da plataforma
P-53, em Rio Grande (309 km
de Porto Alegre).
A livre circulação de capital,
afirmou o presidente, gerou especulação financeira em vez de
riqueza e empregos.
"Algumas pessoas transformaram setores do sistema financeiro em cassino, perderam
na roleta e nós não queremos
permitir que o Brasil seja uma
vítima da jogatina de algumas
pessoas que davam palpite sobre tudo", disse Lula.
O presidente afirmou que o
governo já trabalha com a perspectiva de uma recessão nos
EUA, mas que seus efeitos no
país tendem a ser menores em
razão da existência de US$ 207
bilhões em reservas internacionais e da diversificação da pauta de exportações brasileiras.
"Se fosse há oito anos, como
estaria o Brasil com essa crise
americana? Certamente nós já
estaríamos quebrados."
Críticas ao antecessor
Não foi a única comparação
com o governo anterior. No discurso, Lula criticou o programa
de privatizações do governo
FHC, que, segundo o presidente, teria vendido empresas estatais numa conjuntura internacional desfavorável.
Lula prometeu providências
do governo para evitar que o
aperto no crédito internacional
inviabilize a captação de recursos pela Petrobras para a exploração das reservas do pré-sal.
(GRACILIANO ROCHA)
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