São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 2008

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Para Lula, banco afetado pela crise é "palpiteiro"

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RIO GRANDE (RS)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de "palpiteiros" os bancos internacionais afetados pela crise das hipotecas de alto risco nos EUA e comparou o sistema financeiro internacional a um cassino.
"Bancos muito importantes passaram a vida medindo o risco deste país, como se eles fossem os superinteligentes e nós os supercoitados. É com muita tristeza que esses palpiteiros estão quebrando, estão entrando em concordata", disse Lula durante discurso na cerimônia de "batismo" da plataforma P-53, em Rio Grande (309 km de Porto Alegre).
A livre circulação de capital, afirmou o presidente, gerou especulação financeira em vez de riqueza e empregos.
"Algumas pessoas transformaram setores do sistema financeiro em cassino, perderam na roleta e nós não queremos permitir que o Brasil seja uma vítima da jogatina de algumas pessoas que davam palpite sobre tudo", disse Lula.
O presidente afirmou que o governo já trabalha com a perspectiva de uma recessão nos EUA, mas que seus efeitos no país tendem a ser menores em razão da existência de US$ 207 bilhões em reservas internacionais e da diversificação da pauta de exportações brasileiras.
"Se fosse há oito anos, como estaria o Brasil com essa crise americana? Certamente nós já estaríamos quebrados."

Críticas ao antecessor
Não foi a única comparação com o governo anterior. No discurso, Lula criticou o programa de privatizações do governo FHC, que, segundo o presidente, teria vendido empresas estatais numa conjuntura internacional desfavorável.
Lula prometeu providências do governo para evitar que o aperto no crédito internacional inviabilize a captação de recursos pela Petrobras para a exploração das reservas do pré-sal.
(GRACILIANO ROCHA)


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