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Crise afeta marcas das instituições financeiras
Perdas somam US$ 10 bilhões, diz Interbrand
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise financeira deflagrada
pelas hipotecas americanas está destruindo o valor das marcas de algumas instituições financeiras. Apenas até o final de
2007, quando já se anunciavam
os primeiros sinais da crise que
agora contamina outros países,
essas marcas- americanas e
estrangeiras- desvalorizaram-se em US$ 10 bilhões.
É o que revela o relatório "As
melhores marcas globais de
2008" da consultoria Interbrand. Segundo ela, grupos como Citi, Merril Lynch, JPMorgan, Morgan Stanley, UBS e
AIG estão entre os que mais
perderam em valor de marca.
Vendido por US$ 50 bilhões
para o Bank of America, o Merril Lynch foi o que teve pior resultado. Sua marca passou de
US$ 14,3 bilhões para US$ 11,4
bilhões, queda de 21%. "Isso
sem os efeitos da crise em 2008
que culminaram com a venda,"
diz Alejandro Pinedo, diretor-geral da Interbrand no Brasil.
Também afetada pela crise, a
seguradora AIG perdeu 6,7%. O
valor de sua marca passou de
US$ 7,5 bilhões para US$ 7,0 bilhões. "Se o FED [banco central
americano] não tivesse socorrido a seguradora [ele "injetará"
US$ 85 bilhões passando a deter 79,9% de suas ações], provavelmente hoje a marca AIG estaria valendo nada."
Com tantos créditos podres
na carteira, é natural que a
marca de bancos e seguradoras
sofram depreciações. "Numa
grife de luxo, 90% do negócio é
movido pela força da marca. É o
caso da Louis Vuitton," diz Pinedo. Segundo ele, mesmo que
ocorram problemas financeiros no meio do caminho, essas
companhias conseguem atravessá-los. "Desde que não sejam, evidentemente, casos
muito graves."
Para os bancos, essa média é
de, no máximo, 40%." Ou seja,
por mais sólida que seja a instituição, um problema financeiro já é capaz de derrubar sua
marca, sua credibilidade no
mercado e impactar negativamente os negócios futuros.
Coca-Cola na liderança
Na contramão das instituições financeiras, marcas tradicionais tiveram bom desempenho. A Coca-Cola ainda está no
topo dessa lista, valendo US$
66,7 bilhões, crescimento de
2% em relação a 2007. Segundo
a Interbrand, a companhia está
mudando a imagem de que
vende um produto "nocivo à
saúde". Devido a isso, entre
2003 e 2007, ela perdeu US$ 5,1
bilhões. Passou a reverter o resultado ao lançar a Coca Zero,
comprar empresas que fabricam sucos naturais, isotônicos
e água mineral.
Mesmo ocupando a 10ª posição, o Google chamou a atenção
ao registrar crescimento de
43,5%. Desde 2005, quando entrou na lista da Interbrand, a
companhia de tecnologia nunca cresceu menos de 40%.
"Nesse ritmo, eles estarão no
topo antes de 2010", estima Pinedo. Hoje, eles ocupam a décima posição e sua marca vale
US$ 25,6 bilhões.
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