São Paulo, sábado, 19 de outubro de 2002

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EM TRANSE

Moeda dos EUA fecha a R$ 3,87, indicador do JP Morgan recua abaixo dos 2.000 pontos e Bovespa avança 1,35%
Dólar e risco voltam a cair, e Bolsa, a subir

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro manteve o bom humor ontem e os indicadores brasileiros fecharam, por mais um dia, em níveis positivos.
O dólar caiu 0,90% e encerrou o dia vendido a R$ 3,87.
A Bolsa de Valores de São Paulo subiu 1,35%, e o risco-país, calculado pelo banco JP Morgan, teve baixa de 5%, para 1.968 pontos.
O indicador ficou abaixo dos 2.000 pontos pela primeira vez desde 4 de outubro. Nesta semana, acumulou queda de 11,35%.
Não houve novidades ontem para influenciar o comportamento dos negócios. Prevaleceu no mercado um certo início de tranquilidade em relação a um eventual governo do PT -hipótese já dada como certa pelos investidores internacionais e domésticos.
As declarações do partido, na quinta-feira, demonstrando um comprometimento com as metas fiscais agradaram ao mercado.
"As primeiras sinalizações vindas do PT foram bastante positivas, com as afirmações em relação ao superávit primário, à Previdência e à importância do mercado de capitais", avalia Clive Botelho, diretor do banco Santos.
As medidas administrativas do Banco Central, que restringiu a capacidade de exposição cambial dos bancos, na semana passada, serviram para conter a especulação com a moeda norte-americana, diz o economista.
O dólar encerrou a semana em alta de 1,3%, resultado considerado positivo, em especial em um período de vencimentos de US$ 3,6 bilhões em dívida pública atrelada ao câmbio. O Banco Central não precisou ofertar a moeda ao mercado à vista ontem para influenciar o comportamento da cotação.

Pressão de volta
Na segunda-feira, pode haver pressão sobre o dólar, por conta de novo vencimento de dívida pública atrelada ao dólar -dessa vez de US$ 1,1 bilhão, na quarta. Também no dia 23 sairá a decisão do Copom sobre os juros.
A maior parte dos analistas acredita que a elevação das taxas na segunda-feira visou o combate à inflação e que não há necessidade de altas adicionais.
Pesquisa realizada pela Reuters apontou que todos os 20 economistas consultados acreditam que as taxas serão mantidas em 21%, sem viés. (ANA PAULA RAGAZZI)


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