São Paulo, terça-feira, 19 de outubro de 2004

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Novas altas da Selic deverão inibir crediário

DA REPORTAGEM LOCAL

Se a elevação dos juros básicos na última reunião do Copom ainda não afetou significativamente a tomada de crédito, isto deve ocorrer certamente se as altas na Selic continuarem a acontecer.
Essa é a avaliação de especialistas ouvidos pela Folha. De acordo com Adriano Pitoli, da Tendências, se os juros básicos forem elevados mais do que duas vezes em 0,25 ponto percentual nos próximos meses, as concessões devem apresentar queda significativa.
Para Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo, é uma questão de tempo. "Se todo mês a Selic for aumentada, o ritmo de tomada de crédito vai acabar sendo afetado naturalmente, mais cedo ou mais tarde."
Os sinais, segundo Pitoli, já são de desaceleração na concessão de crédito. "São sinais ainda frágeis, mas a velocidade da queda dos juros ao consumidor arrefeceu."
Segundo ele, no quarto trimestre de 2003, os juros cobrados dos consumidores recuaram 6,3 pontos percentuais ante o trimestre imediatamente anterior. No primeiro trimestre deste ano, a queda foi de 3,6, e no segundo, de 1,8 ponto. "Para o terceiro trimestre, nossa expectativa é que fique praticamente estável", afirma.
Além disso, a queda nas concessões de crédito na categoria aquisição de outros bens, que compreende itens como móveis e eletrodomésticos, mostra que a alta na Selic já teve um efeito negativo, diz Bráulio Borges, da LCA.
No caso de automóveis, segundo especialistas da indústria automobilística, as montadoras estão bancando juros mais acessíveis para garantir vendas. O recuo de crédito pessoal pode em parte ser atribuído à greve dos bancários, já que é um empréstimo que requer a presença de funcionários.


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