São Paulo, terça-feira, 19 de outubro de 2004

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Mercado espera elevação da taxa para 16,5%, aponta pesquisa do BC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) começa a sua reunião mensal hoje e deve elevar os juros básicos da economia em 0,25 ponto percentual, segundo a projeção de analistas de mercado consultados pelo próprio BC. Atualmente, a taxa Selic está em 16,5% ao ano. A decisão será conhecida amanhã.
Confirmada a projeção, será o segundo mês consecutivo de alta dos juros. Em setembro, a Selic também subiu 0,25 ponto, e o BC informou, na ocasião, que o aumento era apenas o "início de um processo de ajuste moderado na taxa". De lá para cá, o aumento do preço do petróleo -e a pressão que isso traz sobre a inflação- tem sido apontado por analistas como um dos principais motivos para a nova alta dos juros.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções dos contratos de juros futuros subiram um pouco ontem. É praticamente consenso entre analistas financeiros que o Copom irá elevar a taxa básica de 16,25% para 16,50%. Alguns investidores preferiram se posicionar à espera de um ajuste maior, de 0,50 ponto percentual.
O contrato DI (Depósito Interfinanceiro) de vencimento mais curto fechou ontem com taxa de 16,41%, ante 16,36% de sexta.
Para a comissão de economia da Associação e Sindicato dos Bancos do Rio de Janeiro, que aposta em alta de 0,25 ponto percentual amanhã, um novo ciclo de afrouxamento monetário -ou seja, redução de juros- só deve ser possível a partir do segundo semestre do próximo ano.

Inflação forte
Segundo a pesquisa de mercado feita pelo BC, a expectativa é que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) tenha alta de 7,16% no ano e de 5,81% em 2005.
Ambas as projeções estão acima das metas fixadas pelo governo, que são, respectivamente, de 5,5% e 4,5%, embora continuem dentro da margem de erro de 2,5 pontos para cima ou para baixo admitida pelas metas. Para 2005, o BC já informou que busca manter a inflação em 5,1%.
Também se observa um ligeiro aumento nas projeções de crescimento da economia. Para 2004, as estimativas passaram de 4,50% para 4,53%, e, para 2005, de 3,55% para 3,60%. O maior otimismo em relação ao comportamento do nível também reforça a expectativa de uma alta dos juros.
Já as previsões para a taxa de câmbio continuam em queda. O dólar, segundo a pesquisa, deve encerrar o ano a R$ 2,95 -há um mês, projetava-se R$ 3,02.


Colaborou Fabricio Vieira, da Reportagem Local

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