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Mercado espera elevação da taxa
para 16,5%, aponta pesquisa do BC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Copom (Comitê de Política
Monetária do Banco Central) começa a sua reunião mensal hoje e
deve elevar os juros básicos da
economia em 0,25 ponto percentual, segundo a projeção de analistas de mercado consultados pelo próprio BC. Atualmente, a taxa
Selic está em 16,5% ao ano. A decisão será conhecida amanhã.
Confirmada a projeção, será o
segundo mês consecutivo de alta
dos juros. Em setembro, a Selic
também subiu 0,25 ponto, e o BC
informou, na ocasião, que o aumento era apenas o "início de um
processo de ajuste moderado na
taxa". De lá para cá, o aumento do
preço do petróleo -e a pressão
que isso traz sobre a inflação-
tem sido apontado por analistas
como um dos principais motivos
para a nova alta dos juros.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções dos
contratos de juros futuros subiram um pouco ontem. É praticamente consenso entre analistas financeiros que o Copom irá elevar
a taxa básica de 16,25% para
16,50%. Alguns investidores preferiram se posicionar à espera de
um ajuste maior, de 0,50 ponto
percentual.
O contrato DI (Depósito Interfinanceiro) de vencimento mais
curto fechou ontem com taxa de
16,41%, ante 16,36% de sexta.
Para a comissão de economia da
Associação e Sindicato dos Bancos do Rio de Janeiro, que aposta
em alta de 0,25 ponto percentual
amanhã, um novo ciclo de afrouxamento monetário -ou seja, redução de juros- só deve ser possível a partir do segundo semestre
do próximo ano.
Inflação forte
Segundo a pesquisa de mercado
feita pelo BC, a expectativa é que o
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) tenha alta de
7,16% no ano e de 5,81% em 2005.
Ambas as projeções estão acima
das metas fixadas pelo governo,
que são, respectivamente, de 5,5%
e 4,5%, embora continuem dentro da margem de erro de 2,5 pontos para cima ou para baixo admitida pelas metas. Para 2005, o BC
já informou que busca manter a
inflação em 5,1%.
Também se observa um ligeiro
aumento nas projeções de crescimento da economia. Para 2004, as
estimativas passaram de 4,50%
para 4,53%, e, para 2005, de 3,55%
para 3,60%. O maior otimismo
em relação ao comportamento do
nível também reforça a expectativa de uma alta dos juros.
Já as previsões para a taxa de
câmbio continuam em queda. O
dólar, segundo a pesquisa, deve
encerrar o ano a R$ 2,95 -há um
mês, projetava-se R$ 3,02.
Colaborou Fabricio Vieira, da
Reportagem Local
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