São Paulo, terça-feira, 19 de outubro de 2004

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Bancários aceitam acordo se dias parados não forem descontados

DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE

Os bancários só aceitam fechar um acordo salarial com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) se os bancos não descontarem os 30 dias da greve.
A condição foi imposta pela CNB-CUT (Confederação Nacional dos Bancários) após as instituições anunciarem na última sexta-feira que farão o desconto de parte dos dias parados.
O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal já confirmaram que vão descontar parte dos dias parados do salário a ser pago amanhã. Irão descontar até cinco dias do salário de cada funcionário, o equivalente a um terço dos 15 dias de paralisação relativos ao mês passado.
"Não há qualquer possibilidade de acordo sem o não-desconto dos dias de paralisação", diz Vagner Freitas, presidente da CNB.
Os bancários suspenderam temporariamente a paralisação da categoria na semana passada na tentativa de fazer um acordo salarial com os bancos e evitar o julgamento da greve.
A decisão final sobre o pagamento ou não dos dias parados só deve sair na quinta-feira, quando o TST (Tribunal Superior do Trabalho) irá julgar a questão e a greve. Como os bancos oficiais pagam a seus funcionários amanhã, decidiu-se promover parte dos descontos já neste mês.
Os bancários estão em campanha salarial e querem reajuste de 19% mais R$ 1.500 de abono salarial. Os bancos ofereceram reajuste de 8,5% a 12,77%. No dia 15 de setembro a categoria iniciou uma greve, que atingiu 24 capitais, e foi suspensa na quinta-feira passada.

Tentativa de acordo
Na contramão do que propõe a CNB -negociação em conjunto com os bancos privados e públicos-, o coordenador da negociação dos funcionários do Banco do Brasil, Marcel Barros, admitiu ontem que poderia buscar um acordo com a instituição pública.
"Enquanto a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) não tem uma proposta para o conjunto da categoria, vamos buscar um entendimento direto com os bancos", disse o coordenador da negociação dos funcionários do Banco do Brasil, Marcel Barros.
Segundo ele, a categoria pedirá para o BB pagar os dias parados.
No entanto, o BB informou que autorizou o desconto de cinco dias parados em setembro dos salários pagos nesta semana e que os demais dias serão negociados.
"Essa não é a nossa orientação. Não queremos o desconto de nenhum dia", diz Freitas.


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