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Lula quer avanço na reforma com apoio de Estados antiguerra fiscal
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O presidente Lula disse ontem
que, passadas as eleições, vai reunir os governadores que estão
contra a guerra fiscal e tentar fazer
avançar a reforma tributária na
parte que cabe aos Estados.
Ele não fez referência a nenhum
governador, mas disse detectar
"um problema" para o avanço da
política de reforma tributária: "O
de alguns governadores que querem continuar fazendo a guerra
fiscal e não querem aprovar a reforma tributária pertinente aos
Estados".
"Depois das eleições, deverei
chamar os governadores que não
querem a guerra fiscal para que a
gente possa convencer os demais
a fazer uma política justa", disse
Lula. "E que não fiquem os governadores oferecendo a uma empresa o que não oferecem nem
para o seu povo para que ela vá
para seu Estado."
O presidente participou de uma
palestra a empresários na ACP
(Associação Comercial do Paraná), ontem à noite, em Curitiba.
Lula criticou medidas de guerra
fiscal quando fez um balanço das
reformas em seu governo e disse
que a discussão do assunto, assim
que assumiu, envolveu os 27 governadores.
O presidente da ACP, Cláudio
Slaviero, recebeu o presidente
afirmando que o sentimento da
população é "da desesperança" e
que "ninguém mais agüenta a falta de emprego e renda". Ele disse
que só uma política de juros baixos "leva o empresariado a fazer
projetos de longo prazo".
Lula disse que a política de juros
"tem que ser construída com base
na credibilidade do país" e que
seu governo vem tentando construir essa credibilidade.
Sobre a política de empregos, o
presidente afirmou que o governo
investe na construção civil para
promover a abertura rápida de
vagas. "O investimento na área de
habitação pode chegar a R$ 13 bilhões em 2005 e é possível que as
empresas não estejam preparadas
para ocupar todo esse crédito."
Gasolina subirá mais
Lula disse aos empresários que
o preço dos combustíveis no mercado interno vai acompanhar a
cotação internacional do barril de
petróleo e que o governo não pretende interferir na política da Petrobras.
"O governo não tem culpa [do
aumento], porque os preços das
commodities são controlados pelas agências. A Petrobras pode até
atingir sua auto-suficiência, mas o
petróleo não vai baixar. Petróleo é
commodity e a Petrobras não é
uma empresa do Estado brasileiro, ela tem acionistas. Portanto o
preço vai continuar [aumentando]", disse.
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