São Paulo, terça-feira, 19 de outubro de 2004

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Lula quer avanço na reforma com apoio de Estados antiguerra fiscal

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O presidente Lula disse ontem que, passadas as eleições, vai reunir os governadores que estão contra a guerra fiscal e tentar fazer avançar a reforma tributária na parte que cabe aos Estados.
Ele não fez referência a nenhum governador, mas disse detectar "um problema" para o avanço da política de reforma tributária: "O de alguns governadores que querem continuar fazendo a guerra fiscal e não querem aprovar a reforma tributária pertinente aos Estados".
"Depois das eleições, deverei chamar os governadores que não querem a guerra fiscal para que a gente possa convencer os demais a fazer uma política justa", disse Lula. "E que não fiquem os governadores oferecendo a uma empresa o que não oferecem nem para o seu povo para que ela vá para seu Estado."
O presidente participou de uma palestra a empresários na ACP (Associação Comercial do Paraná), ontem à noite, em Curitiba. Lula criticou medidas de guerra fiscal quando fez um balanço das reformas em seu governo e disse que a discussão do assunto, assim que assumiu, envolveu os 27 governadores.
O presidente da ACP, Cláudio Slaviero, recebeu o presidente afirmando que o sentimento da população é "da desesperança" e que "ninguém mais agüenta a falta de emprego e renda". Ele disse que só uma política de juros baixos "leva o empresariado a fazer projetos de longo prazo".
Lula disse que a política de juros "tem que ser construída com base na credibilidade do país" e que seu governo vem tentando construir essa credibilidade.
Sobre a política de empregos, o presidente afirmou que o governo investe na construção civil para promover a abertura rápida de vagas. "O investimento na área de habitação pode chegar a R$ 13 bilhões em 2005 e é possível que as empresas não estejam preparadas para ocupar todo esse crédito."

Gasolina subirá mais
Lula disse aos empresários que o preço dos combustíveis no mercado interno vai acompanhar a cotação internacional do barril de petróleo e que o governo não pretende interferir na política da Petrobras.
"O governo não tem culpa [do aumento], porque os preços das commodities são controlados pelas agências. A Petrobras pode até atingir sua auto-suficiência, mas o petróleo não vai baixar. Petróleo é commodity e a Petrobras não é uma empresa do Estado brasileiro, ela tem acionistas. Portanto o preço vai continuar [aumentando]", disse.


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