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INTERNET
Conselho ataca ação judicial antipirataria
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do Conselho Nacional de Combate à
Pirataria e Delitos contra a
Propriedade Intelectual,
Luís Paulo Barreto, reprovou ontem a decisão da indústria fonográfica nacional, que prometeu uma
ofensiva legal contra usuários de redes de trocas de
arquivos musicais gratuitos pela internet.
Anteontem, a IFPI (Federação Internacional da
Indústria Fonográfica) e a
ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de
Discos) anunciaram que
vão dar início a mais de
8.000 processos em 17 países contra pessoas que baixam gratuitamente músicas pela internet. Pela primeira vez, brasileiros serão acionados na Justiça.
Inicialmente, 20 usuários serão processados no
país, de acordo com a
ABPD. O diretor da entidade, Paulo Rosa, ameaçou processar os pais de
menores que baixem músicas de sites gratuitos. As
gravadores pedem indenização, mas não a criminalização dos usuários.
Barreto chamou a iniciativa da ABPD de ""caça
às bruxas". ""O caminho é
educar os consumidores e
criar alternativas mais baratas", disse. ""Desde 2004,
a indústria fonográfica
participa de todas as reuniões e nunca apresentou
essa proposta."
O conselho é formado
por representantes de vários ministérios e dos setores industriais envolvidos.
Contrário à punição dos
consumidores, Barreto
disse que as ofensivas do
órgão contra a pirataria
estão dando certo. Segundo ele, a queda na venda de
CDs piratas é uma prova.
""Em 2003, ele representava 69% do mercado. No
ano passado, já era 42%5."
Para Barreto, a maioria
dos brasileiros desconhece que baixar músicas pela
internet não é permitido.
""A legislação é bem complicada. Além disso, não tínhamos sites no Brasil para para baixar música de
forma legal há menos de
seis meses." Ele criticou o
alto preço cobrado pelos
sites legais para baixar
músicas no país -cerca de
R$ 1,99 por faixa. ""Nos
EUA, vários sites com preços acessíveis foram criados e rendem US$ 1,1 bilhão por ano."
A ofensiva da indústria
fonográfica visa combater
os programas de trocas de
arquivos, chamados de
"peer-to-peer" (P2P), que,
em português, significa
ponto a ponto. Eles permitem aos internautas trocar
arquivos on-line de forma
rápida e direta.
Na noite de ontem, Folha ligou várias vezes para
a ABPD, mas não conseguiu contato com nenhum
representante.
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