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Costa apóia o padrão de rádio digital dos EUA
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia depois de receber, em seu gabinete, um
manifesto dos donos de
emissoras de rádio, o ministro das Comunicações,
Hélio Costa (PMDB-MG),
declarou-se favorável à escolha do padrão americano (Iboc) para a implantação do rádio digital no
país, assim como as emissoras.
"Agora vou ser americano, não vou ser japonês",
disse o ministro, em palestra para funcionários públicos no auditório do ministério. Ele se referia ao
processo de escolha do padrão para TV digital. Em
junho, o governo oficializou a escolha do padrão japonês para as transmissões na TV digital.
Costa tem ligações com
o setor de radiodifusão.
Até abril deste ano, era sócio de uma rádio FM em
Barbacena (MG). Teve de
se afastar da emissora, seguindo orientação da Comissão de Ética Pública,
órgão ligado à Presidência
da República.
"Estou absolutamente
convencido de que o sistema americano para o rádio
digital é o melhor, porque
transmite dentro da mesma faixa, o mesmo aparelho receptor serve para
ouvir rádio AM, FM, analógico e digital", disse Costa, na saída da palestra, ao
ser questionado por jornalistas sobre a definição do
padrão. A decisão, ressalvou, caberá ao presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o ministro, assim como foi feito no processo de escolha do padrão
de TV digital, será elaborado um comitê de ministros
que discutirá a questão
tecnicamente. Após as discussões, eles sugerirão a
Lula a adoção de um modelo.
Na palestra aos funcionários, o ministro disse esperar que o sistema de rádio digital esteja implantado até o final de 2007.
Crítica
Para Diogo Moyses,
coordenador-executivo do
Intervozes, associação civil que trata da democratização das comunicações, a
escolha do padrão americano é ruim.
"É o pior de todos os padrões. É o que mais estrangula o espectro [espaço de
faixas de freqüência por
onde é transmitida a programação]. Vai expulsar as
emissoras que estão na
beirada do "dial"."
Segundo Moyses, as
emissoras menores, com
menos poder econômico,
vão ter dificuldades em se
manter com a adoção do
padrão americano porque
os detentores do direito da
tecnologia cobram royalties e taxas anuais. "Para
as pequenas rádios e para
as rádios comunitárias, vai
ser a morte."
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