São Paulo, sexta-feira, 19 de outubro de 2007

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Lula minimiza parada nos cortes da Selic

FÁBIO ZANINI
ENVIADO ESPECIAL A LUANDA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esforçou-se ontem para minimizar a decisão do BC de interromper a seqüência de quedas na taxa de juros. Falando em Luanda (Angola), Lula disse que o "momento virtuoso" da economia brasileira continuará. "Cinco por cento é o "mínimo-minimorum" que o Brasil pode crescer. Nossa política é que esse crescimento se dê por 15 a 20 anos. Estou convencido de que vai acontecer", afirmou, usando uma expressão em latim para reforçar o conceito de "mínimo". O presidente destacou que o BC tem autonomia para fixar suas taxas de juros.
"O fato de [o BC] achar que não é o momento de reduzir 0,25 [na Selic] não modifica em nada. [...] O dado concreto é que o Brasil está num momento virtuoso da sua política econômica. É isso que não vai mudar."
Lula se mostrou confiante de que a trajetória de queda nos juros será retomada no futuro. Disse ainda que o fundamental é manter o combate à inflação e preservou o presidente do BC, Henrique Meirelles. "Eu tinha dito numa entrevista para a Folha de S. Paulo que, se o Meirelles cortar ou não cortar, ele dá explicação para a sociedade brasileira. Simples isso." Em seguida, complementou: "O que não vamos abdicar é de uma política séria de controle de inflação".

Ansiedade
O presidente do BC, Henrique Meirelles, disse ontem que "leva a sério a ansiedade por juros baixos no país".
"Não há dúvidas de que no Brasil precisamos levar a sério não só os problemas como a ansiedade por crescimento. Levar a sério a ansiedade por juros mais baixos, por padrões internacionais." Depois, voltou a defender a política monetária. "Por outro lado, temos de fazer o trabalho certo, para que os resultados apareçam de maneira séria, sustentável."
Para o ministro Guido Mantega (Fazenda), do ponto de vista macroeconômico, a decisão do Copom não tem conseqüência prática. "A economia não vai parar de crescer por causa dessa interrupção." Ele justificou que a demanda agregada continua a crescer no país e que os efeitos das reduções anteriores dos juros ainda não foram sentidos.


Por falta de vôos regulares entre Johannesburgo e Luanda, FÁBIO ZANINI e EDUARDO KNAPP voaram esse trecho num avião da Presidência. Colaboraram FERNANDO CANZIAN , enviado a Washington, e a Reportagem Local


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