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Lula minimiza parada nos cortes da Selic
FÁBIO ZANINI
ENVIADO ESPECIAL A LUANDA
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva esforçou-se ontem para minimizar a decisão do BC de interromper a
seqüência de quedas na taxa
de juros. Falando em Luanda
(Angola), Lula disse que o
"momento virtuoso" da economia brasileira continuará.
"Cinco por cento é o "mínimo-minimorum" que o Brasil pode crescer. Nossa política é que esse crescimento se dê por 15 a 20 anos. Estou
convencido de que vai acontecer", afirmou, usando uma
expressão em latim para reforçar o conceito de "mínimo". O presidente destacou
que o BC tem autonomia para fixar suas taxas de juros.
"O fato de [o BC] achar que
não é o momento de reduzir
0,25 [na Selic] não modifica
em nada. [...] O dado concreto é que o Brasil está num
momento virtuoso da sua
política econômica. É isso
que não vai mudar."
Lula se mostrou confiante
de que a trajetória de queda
nos juros será retomada no
futuro. Disse ainda que o
fundamental é manter o
combate à inflação e preservou o presidente do BC, Henrique Meirelles. "Eu tinha dito numa entrevista para a Folha de S. Paulo que, se o
Meirelles cortar ou não cortar, ele dá explicação para a
sociedade brasileira. Simples
isso." Em seguida, complementou: "O que não vamos
abdicar é de uma política séria de controle de inflação".
Ansiedade
O presidente do BC, Henrique Meirelles, disse ontem
que "leva a sério a ansiedade
por juros baixos no país".
"Não há dúvidas de que no
Brasil precisamos levar a sério não só os problemas como a ansiedade por crescimento. Levar a sério a ansiedade por juros mais baixos,
por padrões internacionais."
Depois, voltou a defender a
política monetária. "Por outro lado, temos de fazer o trabalho certo, para que os resultados apareçam de maneira séria, sustentável."
Para o ministro Guido
Mantega (Fazenda), do ponto de vista macroeconômico,
a decisão do Copom não tem
conseqüência prática. "A
economia não vai parar de
crescer por causa dessa interrupção." Ele justificou
que a demanda agregada
continua a crescer no país e
que os efeitos das reduções
anteriores dos juros ainda
não foram sentidos.
Por falta de vôos regulares entre
Johannesburgo e Luanda, FÁBIO ZANINI
e EDUARDO KNAPP voaram esse trecho
num avião da Presidência. Colaboraram
FERNANDO CANZIAN , enviado a
Washington, e a Reportagem Local
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