|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cai a confiança dos empresários na economia
DA REPORTAGEM LOCAL
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) deve divulgar
na próxima terça-feira uma
pesquisa que mostra forte queda na confiança dos empresários na economia brasileira.
A dificuldade em negociar
preços com fornecedores e
clientes por conta da alta do dólar, a escassez de crédito, o aumento das taxas de juros e a
eventual recessão no mercado
mundial tiraram o ânimo dos
empresários neste fim de ano.
O último Icei (Índice de Confiança do Empresário Industrial), divulgado em julho deste
ano, já tinha mostrado retração
em relação ao de abril e ao de
julho do ano passado.
O índice de julho deste ano
foi de 58,1 pontos- ou 3,9 pontos inferior ao de abril e 2,2
pontos inferior ao de julho do
ano passado. O indicador varia
de zero a cem -quanto mais
perto de cem, maior é a confiança do empresariado. A situação piorou neste mês, com a
crise financeira mundial, segundo constatou a CNI.
Sondagem da Abinee (Associação Brasileira da Indústria
Elétrica e Eletrônica) realizada
na semana passada também
mostra que a crise que atinge o
mercado externo interferiu nos
negócios do setor por causa do
aumento de custos, provocado
pela alta do dólar, e da dificuldade para definir preços para
importar e para exportar.
"As maiores dificuldades
ocorrem nas negociações de
novos contratos que envolvem
itens importados, como componentes e produtos acabados", afirma Humberto Barbato, presidente da Abinee.
A consulta da Abinee com
empresários do setor também
constatou que as empresas tiveram prejuízos significativos
em decorrência de importações
-as compras no mercado externo foram feitas quando o dólar estava cotado a R$ 1,60, mas
terão de ser pagas com a moeda
dos EUA valendo quase R$ 2.
"Nem todas as empresas utilizaram mecanismos de proteção de variações cambiais. Essa
situação deve levar as empresas
a abrir negociações com os
clientes", afirma Barbato.
A Abinee também constatou
que os empresários não estão
esperando reação rápida das
exportações devido à desvalorização do real, já que prevêem
desaquecimento do mercado
mundial. "Nota-se que as compras só estão sendo realizadas
por extrema necessidade."
(FF)
Texto Anterior: Siderúrgica quer reajustar preço do aço em 20%, diz construção Próximo Texto: Vinicius Torres Freire: Recordar é viver: Henry Paulson Índice
|