São Paulo, domingo, 19 de outubro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cai a confiança dos empresários na economia

DA REPORTAGEM LOCAL

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) deve divulgar na próxima terça-feira uma pesquisa que mostra forte queda na confiança dos empresários na economia brasileira.
A dificuldade em negociar preços com fornecedores e clientes por conta da alta do dólar, a escassez de crédito, o aumento das taxas de juros e a eventual recessão no mercado mundial tiraram o ânimo dos empresários neste fim de ano.
O último Icei (Índice de Confiança do Empresário Industrial), divulgado em julho deste ano, já tinha mostrado retração em relação ao de abril e ao de julho do ano passado.
O índice de julho deste ano foi de 58,1 pontos- ou 3,9 pontos inferior ao de abril e 2,2 pontos inferior ao de julho do ano passado. O indicador varia de zero a cem -quanto mais perto de cem, maior é a confiança do empresariado. A situação piorou neste mês, com a crise financeira mundial, segundo constatou a CNI.
Sondagem da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) realizada na semana passada também mostra que a crise que atinge o mercado externo interferiu nos negócios do setor por causa do aumento de custos, provocado pela alta do dólar, e da dificuldade para definir preços para importar e para exportar.
"As maiores dificuldades ocorrem nas negociações de novos contratos que envolvem itens importados, como componentes e produtos acabados", afirma Humberto Barbato, presidente da Abinee.
A consulta da Abinee com empresários do setor também constatou que as empresas tiveram prejuízos significativos em decorrência de importações -as compras no mercado externo foram feitas quando o dólar estava cotado a R$ 1,60, mas terão de ser pagas com a moeda dos EUA valendo quase R$ 2.
"Nem todas as empresas utilizaram mecanismos de proteção de variações cambiais. Essa situação deve levar as empresas a abrir negociações com os clientes", afirma Barbato.
A Abinee também constatou que os empresários não estão esperando reação rápida das exportações devido à desvalorização do real, já que prevêem desaquecimento do mercado mundial. "Nota-se que as compras só estão sendo realizadas por extrema necessidade." (FF)

Texto Anterior: Siderúrgica quer reajustar preço do aço em 20%, diz construção
Próximo Texto: Vinicius Torres Freire: Recordar é viver: Henry Paulson
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.