São Paulo, segunda-feira, 19 de outubro de 2009

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Microsseguro terá 100 milhões de consumidores em dois anos

A entrada do microsseguro no mercado brasileiro deve movimentar mais de R$ 1,5 bilhão e atingir 100 milhões de microssegurados nos dois primeiros anos. Essa é a expectativa da Susep (Superintendência de Seguros Privados), órgão ligado ao Ministério da Fazenda, que está à frente das definições sobre o produto.
O microsseguro ainda não existe no país, mas a proposta da Susep é que ele seja uma ferramenta de proteção para pessoas de baixa renda.
O produto terá formatos para assegurar vida, residência e bens de pequeno valor de pessoas carentes, com custo e prêmio adaptados para elas, segundo o diretor da Susep, Alexandre Penner.
Estudos para definir as características, a forma de comercialização e o público-alvo do microsseguro já estão em estágios avançados na Susep, de acordo com Penner. O que falta para iniciar as vendas é a aprovação do Congresso Nacional, no qual já existe um projeto de lei em trâmite. A expectativa de Penner é que a regulamentação seja definida no ano que vem e que o produto comece a ser vendido até 2011.
"Será diferente de um seguro popular, que é vendido a preços baixos, mas pode ser adquirido por pessoas de qualquer classe social. O microsseguro será específico para pessoas excluídas da sociedade, com renda baixa ou ligadas ao mercado de trabalho informal", afirma Penner.
Para vender o produto, o projeto da Susep prevê a criação de um canal mais acessível à população de baixa renda, semelhante aos correspondentes bancários, como cadastramento de microcorretores em favelas. A expectativa é que em cinco anos sejam criados 20 mil empregos nesse setor.
Os produtos serão emitidos por microsseguradoras ou seguradoras que abrirem uma unidade separada para a operação. Para incentivar o mercado, o governo oferecerá facilidades tributárias a essas empresas, diz Penner. "O microsseguro foi estruturado para ser um produto lucrativo."

Exportador quer mais ações para segurar o câmbio

A possibilidade de o governo taxar a entrada de capital estrangeiro de curto prazo agradou aos exportadores. O presidente da Abracex (Associação Brasileira de Comércio Exterior), Roberto Segatto, disse que a medida foi uma das sugestões para conter a queda do dólar que a entidade fez ao governo.
A flexibilização para a abertura de contas de brasileiros no exterior será o próximo pleito da Abracex junto ao governo, também com o objetivo de segurar a desvalorização da moeda americana, segundo Segatto.
Para ele, a abertura de contas de brasileiros no exterior provocará uma saída de dólares do país, assim como a taxação de capital estrangeiro especulativo diminuirá o ingresso da moeda no Brasil.
"Essas medidas não resolverão o problema do câmbio, mas podem amenizá-lo ao provocar uma redução da oferta de dólar no Brasil."
A opinião de 414 executivos de empresas exportadoras consultados em pesquisa da Abracex deste mês é que o governo deve e pode ajudar a segurar a queda da moeda americana ante o real.
Entre as medidas possíveis, os executivos citaram o estabelecimento de prazo mínimo de permanência do capital externo no Brasil e o incentivo a investimentos fixos, como a instalação de fábricas no país.
A maioria dos exportadores disseram que o ideal para o Brasil é o dólar cotado entre R$ 2,10 e R$ 2,20 e 94% deles afirmaram que a manutenção do câmbio no patamar de R$1,70 é prejudicial ao setor.

Dos cosméticos de luxo aos spas

Silvia Gambin, a empresária que trouxe a marca francesa L'Occitane para o Brasil na metade dos anos 90, dedica-se agora à instalação de spas da grife. Silvia e o sócio Miguel Aschieri venderam as suas respectivas participações no negócio, que eram de 20% do capital, para a matriz francesa. A instalação de "petits spas", pequenos centros com um cardápio menor de opções de tratamento, com os produtos da marca, dentro das lojas, foi uma ideia da ex-diretora-geral da subsidiária brasileira que passou a ser adotada pela empresa em outros países. Um spa da marca prepara-se para abrir em "soft opening" no novo hotel Yacamin, do grupo Odebrecht, em Ilha Bela, em São Paulo. Outras parcerias serão feitas para instalar o spa L'Occitane em hotéis, além de disseminar os "petits spas" para outros pontos de venda. A nova atividade dará a Silvia a oportunidade de voltar a colocar a mão na massa. "Conforme o negócio vai crescendo, você não tem mais condição de cuidar dos detalhes, o que eu também gosto de fazer. Com tantas lojas, não dava mais tempo para, por exemplo, decorar vitrines pessoalmente."

NOVAS FRENTES
Os mercados brasileiros de energia, infraestrutura, transportes e gerenciamento de projetos estão na mira da americana Aecom, que já atua no Brasil em assessoria técnica para licenciamento ambiental. O ingresso nesses segmentos será por meio de aquisições, joint ventures e criação de divisões dentro da empresa, diz Paulo Coelho, presidente da Aecom Brasil. Com experiência em projetos para a construção do metrô de NY e obras para Londres receber a Olimpíada 2012, a Aecom quer participar dos investimentos no Brasil para a recepção da Copa e da Olimpíada.


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI



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