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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Microsseguro terá 100 milhões de consumidores em dois anos
A entrada do microsseguro
no mercado brasileiro deve
movimentar mais de R$ 1,5 bilhão e atingir 100 milhões de
microssegurados nos dois primeiros anos. Essa é a expectativa da Susep (Superintendência
de Seguros Privados), órgão ligado ao Ministério da Fazenda,
que está à frente das definições
sobre o produto.
O microsseguro ainda não
existe no país, mas a proposta
da Susep é que ele seja uma ferramenta de proteção para pessoas de baixa renda.
O produto terá formatos para
assegurar vida, residência e
bens de pequeno valor de pessoas carentes, com custo e prêmio adaptados para elas, segundo o diretor da Susep, Alexandre Penner.
Estudos para definir as características, a forma de comercialização e o público-alvo do
microsseguro já estão em estágios avançados na Susep, de
acordo com Penner. O que falta
para iniciar as vendas é a aprovação do Congresso Nacional,
no qual já existe um projeto de
lei em trâmite. A expectativa de
Penner é que a regulamentação
seja definida no ano que vem e
que o produto comece a ser
vendido até 2011.
"Será diferente de um seguro
popular, que é vendido a preços
baixos, mas pode ser adquirido
por pessoas de qualquer classe
social. O microsseguro será específico para pessoas excluídas
da sociedade, com renda baixa
ou ligadas ao mercado de trabalho informal", afirma Penner.
Para vender o produto, o projeto da Susep prevê a criação de
um canal mais acessível à população de baixa renda, semelhante aos correspondentes
bancários, como cadastramento de microcorretores em favelas. A expectativa é que em cinco anos sejam criados 20 mil
empregos nesse setor.
Os produtos serão emitidos
por microsseguradoras ou seguradoras que abrirem uma
unidade separada para a operação. Para incentivar o mercado,
o governo oferecerá facilidades
tributárias a essas empresas,
diz Penner. "O microsseguro
foi estruturado para ser um
produto lucrativo."
Exportador quer mais ações para segurar o câmbio
A possibilidade de o governo taxar a entrada de capital
estrangeiro de curto prazo
agradou aos exportadores. O
presidente da Abracex (Associação Brasileira de Comércio Exterior), Roberto
Segatto, disse que a medida
foi uma das sugestões para
conter a queda do dólar que a
entidade fez ao governo.
A flexibilização para a
abertura de contas de brasileiros no exterior será o próximo pleito da Abracex junto
ao governo, também com o
objetivo de segurar a desvalorização da moeda americana, segundo Segatto.
Para ele, a abertura de contas de brasileiros no exterior
provocará uma saída de dólares do país, assim como a taxação de capital estrangeiro
especulativo diminuirá o ingresso da moeda no Brasil.
"Essas medidas não resolverão o problema do câmbio,
mas podem amenizá-lo ao
provocar uma redução da
oferta de dólar no Brasil."
A opinião de 414 executivos de empresas exportadoras consultados em pesquisa
da Abracex deste mês é que o
governo deve e pode ajudar a
segurar a queda da moeda
americana ante o real.
Entre as medidas possíveis, os executivos citaram o
estabelecimento de prazo
mínimo de permanência do
capital externo no Brasil e o
incentivo a investimentos fixos, como a instalação de fábricas no país.
A maioria dos exportadores disseram que o ideal para
o Brasil é o dólar cotado entre R$ 2,10 e R$ 2,20 e 94%
deles afirmaram que a manutenção do câmbio no patamar de R$1,70 é prejudicial
ao setor.
Dos cosméticos de luxo aos spas
Silvia Gambin, a empresária que trouxe a marca
francesa L'Occitane para
o Brasil na metade dos
anos 90, dedica-se agora à
instalação de spas da grife. Silvia e o sócio Miguel
Aschieri venderam as
suas respectivas participações no negócio, que
eram de 20% do capital,
para a matriz francesa. A
instalação de "petits
spas", pequenos centros
com um cardápio menor
de opções de tratamento,
com os produtos da marca, dentro das lojas, foi
uma ideia da ex-diretora-geral da subsidiária brasileira que passou a ser
adotada pela empresa em
outros países. Um spa da
marca prepara-se para
abrir em "soft opening"
no novo hotel Yacamin,
do grupo Odebrecht, em
Ilha Bela, em São Paulo.
Outras parcerias serão
feitas para instalar o spa
L'Occitane em hotéis,
além de disseminar os
"petits spas" para outros
pontos de venda. A nova
atividade dará a Silvia a
oportunidade de voltar a
colocar a mão na massa.
"Conforme o negócio vai
crescendo, você não tem
mais condição de cuidar
dos detalhes, o que eu
também gosto de fazer.
Com tantas lojas, não dava mais tempo para, por
exemplo, decorar vitrines
pessoalmente."
NOVAS FRENTES
Os mercados brasileiros de energia, infraestrutura,
transportes e gerenciamento de projetos estão na mira da
americana Aecom, que já atua no Brasil em assessoria técnica para licenciamento ambiental. O ingresso nesses segmentos será por meio de aquisições, joint ventures e criação de divisões dentro da empresa, diz Paulo Coelho, presidente da Aecom Brasil. Com experiência em projetos para a construção do metrô de NY e obras para Londres receber a Olimpíada 2012, a Aecom quer participar dos investimentos no Brasil para a recepção da Copa e da Olimpíada.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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