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Corrosão, pressão e temperatura são obstáculos
DA SUCURSAL DO RIO
Embora produza petróleo no
mar há 30 anos, a Petrobras está aprendendo a lidar com o
ambiente hostil do fundo da bacia de Santos. Pela profundidade e pelas características geológicas, a pressão e os riscos de
corrosão são maiores. Somem-se como adversários a baixa
temperatura das águas ultraprofundas e a camada de sal.
Se não forem domados de
forma adequada, esses fatores
podem representar eterna
ameaça aos equipamentos.
O maior risco de corrosão decorre da forte presença de gás
carbônico no fundo do mar sobre os reservatórios, devido à
formação geológica da região.
Ao reagir com a água, forma
ácido carbônico, corrosivo.
A interrupção inesperada do
primeiro teste de produção no
bloco de Tupi em julho passado, dois meses depois de iniciada, foi uma mostra do que a corrosão no fundo do mar da bacia
de Santos é capaz.
A Petrobras diz que houve
um problema com uma peça do
equipamento que controla a
saída do petróleo do poço (chamado de árvore de Natal), instalado no fundo do mar. Mas
comenta-se no mercado que
houve corrosão prematura.
O coordenador do LNDC
(Laboratório de Ensaios Não
Destrutivos, Corrosão e Soldagem), Oscar Matos, trabalhou
na solução para o problema do
equipamento de Tupi. Ele não
confirmou se houve corrosão.
"A corrosão é uma preocupação constante. Para desenvolver materiais mais resistentes,
estamos estudando o uso de ligas metálicas especiais, como
aço à base de níquel", diz.
O revestimento dos equipamentos com produtos anticorrosivos é outra alternativa analisada pela indústria.
O LNDC -inaugurado em
abril com a parceria da Petrobras e ligado à Coppe/UFRJ-
tem uma série de câmaras que
simulam ambientes de alta
pressão, reproduzindo o fundo
do mar. "Em outras profundidades, pode-se conviver com
um defeito por 15 anos, mas, lá,
não sabemos ainda."
Devido à profundidade, a
pressão do fundo do mar na bacia de Santos é maior do que na
de Campos. Representa uma
ameaça à integridade dos risers, tubos que ligam as plataformas ou navios-plataforma
ao fundo do mar, onde os poços
são furados. Se os risers romperem, podem causar acidentes.
Esses tubos normalmente
são construídos com duas camadas de aço. Para o leigo, solução lógica seria reforçar a parede dos tubos com mais aço.
Entretanto, isso o tornaria extremamente pesado, gerando
risco de rompimento.
Uma solução estudada pela
Coppe é revestir esse espaço
entre as duas camadas com um
polímero mais leve e resistente.
A Petrobras avalia novos materiais para a construção dos
tubos que irão perfurar a camada de sal e a aplicação de um cimento protetor, por fora, uma
vez que o comportamento dela
ainda é pouco previsível.
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