São Paulo, sexta-feira, 19 de novembro de 2004

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VITÓRIA ORTODOXA

Banco é principal fonte de fomento

DA REDAÇÃO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é hoje um dos maiores bancos de fomento da América Latina. O orçamento da instituição chegou a R$ 47,3 bilhões neste ano e deve ficar em R$ 60,8 bilhões em 2005, cifra recorde.
O orçamento é maior do que o previsto para ministérios inteiros. A verba destinada para a pasta da Saúde, por exemplo, ficou perto dos R$ 30 bilhões neste ano.
Ao fim do primeiro semestre, o BNDES tinha ativos totais de R$ 165,3 bilhões e registrara lucro recorde de R$ 1,4 bilhão nos seis primeiros meses de 2004, fato que se repetiu no acumulado do ano até setembro, segundo adiantou Carlos Lessa na sexta passada.
Criado em 1952, o banco é subordinado ao Ministério do Desenvolvimento, embora tenha seu cargo máximo escolhido pelo presidente da República.
Entre os principais focos do BNDES estão projetos de investimentos e para a comercialização de máquinas e equipamentos novos, fabricados no país, e de fomento às exportações.
O banco cobra geralmente juros menores que os de mercado por meio da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), atualmente em 9,75% ao ano e que é definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). A principal fonte de recurso do BNDES é o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
Na área agrícola, os principais programas de financiamento passam pelo BNDES, entre eles o Moderfrota (modernização da frota), o Moderinfra (destinado à irrigação e armazenagem) e o Finame (máquinas e equipamentos). Os desembolsos na área chegaram a R$ 5,64 bilhões até outubro.
Também passa pelo banco o principal programa de financiamento criado para implementar a política industrial, lançada em março deste ano pelo governo: o Modermaq, para aquisição de máquinas e equipamentos. O banco empresta desde às micros até as grandes empresas.
Nos anos 90, porém, a indústria perdeu participação nos financiamentos do banco. Em 1995, o setor representava 57,4% dos empréstimos do BNDES, valor que caiu para pouco menos de 49% do total no último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso, em 2002. Neste ano, o peso da indústria era de 38% até outubro.
Ainda na década passada, o banco foi um dos principais atores no processo de privatização promovido pelo governo, ao financiar empresas vencedoras dos leilões, muitas estrangeiras e notoriamente no ramo de telefonia.
Por meio da subsidiária integral BNDESPar (BNDES Participações), a instituição também atua no mercado de capitais, com presença na estrutura de capital de empresas privadas que, na visão do banco, sejam estratégicas. No fim de 2003, por exemplo, a BNDESPar comprou parte da Valepar, controladora da Vale do Rio Doce, sob alegação de defender os interesses em um setor estratégico, o de mineração.
O banco também tem presença na Bolsa. Em julho, lançou um fundo de investimento voltado para o pequeno investidor, com base nas ações das empresas mais negociadas na Bovespa.


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