São Paulo, sexta-feira, 19 de novembro de 2004

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Palocci "ganhou, mas não levou" no caso de Lessa, afirma Beluzzo

DA REDAÇÃO

O grupo do ministro Antonio Palocci (Fazenda) no governo Lula "ganhou, mas não levou" com a saída de Carlos Lessa do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a entrada de Guido Mantega na presidência do órgão.
A avaliação é do economista Luiz Gonzaga Belluzzo. "O Mantega não está, claramente, na mesma órbita do Palocci. Ganharam mas não levaram. Se [o governo] tivesse usado uma outra solução que estava a mão, que era colocar um nome do mercado financeiro, tinha ficado claro. Não foi um vitória definitiva", argumenta.
Para a economista Lena Lavinas, professora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a demissão de Lessa "mostra que existe conflito aberto dentro do governo" a respeito da linha de política econômica a ser adotada, embora represente uma derrota para os não-alinhados a Palocci. "O governo está se reposicionando", ela disse. "Não é mais questão de tendência; é escolha", afirma sobre a suposta ambigüidade inicial do governo entre neodesenvolvimentistas e a ortodoxia.
Belluzzo vê em Mantega interesse em uma política desenvolvimentista "ainda neste governo". Mas faz uma ressalva: "Talvez ele não tenha força suficiente para contrastar com a política econômica". Ele compara Palocci ao aborígene Sexta-feira educado por Robinson Crusoé no livro de Daniel Defoe (1660-1731) : "A política dominante é a do Fundo [FMI], que tem um representante que é o [Joaquim] Levy [secretário do Tesouro], que tem um Sexta-feira que é o Palocci."
(FM e RC)


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