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Industriais se dividem em críticas e
elogios ao ex-presidente do BNDES
DA REPORTAGEM LOCAL
O atrito entre o ex-presidente
do BNDES, Carlos Lessa, e alguns
membros do governo Lula foi, na
avaliação da CNI (Confederação
Nacional da Indústria), razão suficiente para o afastamento de
Lessa do cargo.
"Sempre tivemos, na CNI, um
grande apreço pela diretoria do
BNDES e pelo professor Lessa,
mas entendo que não é possível
existir, no âmbito da própria
equipe do governo, discussões sobre os rumos da política econômica. Isso não é adequado", escreveu ontem Armando Monteiro Neto, presidente da CNI.
Também em nota, o presidente
da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo),
Paulo Skaf, imprimiu um tom
neutro. "A passagem de Carlos
Lessa pelo BNDES foi marcada
pelo seu estilo próprio de trabalho, tendo cumprido sua missão.
[...]. Por outro lado, já olhando
para o futuro, Guido Mantega é
igualmente íntegro, preparado e
com muito trânsito no governo."
Claudio Vaz, presidente do
Ciesp (Centro das Indústrias do
Estado de São Paulo), fez críticas à
atuação de Lessa. "O Lessa é um
acadêmico que tem história importante no pensamento moderno do país. Agora, como executivo, ele não tem experiência. O
BNDES precisa de pensadores e
operadores. O Guido Mantega já é
mais integrado com a equipe econômica."
Paulo Godoy, presidente da Abdib (associação da indústria de
base e de infra-estrutura), disse
apenas que "a troca de diretores e
presidentes em órgãos públicos é
natural".
Abram Szajman, presidente da
Federação do Comércio do Estado de São Paulo, afirmou que,
"infelizmente, há muitos anos, o
BNDES vem financiando pouco o
pequeno empresário do setor de
comércio e serviços. Esperamos
que, com o novo presidente, o
banco passe a dar maior atenção a
esses empreendedores".
Já o presidente da Abimaq (associação da indústria de máquinas), Newton de Mello, lamentou
a substituição de Lessa. "Era um
nacionalista que defendia o investimento produtivo. Vemos com
preocupação a sua saída".
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