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CONTAS VIGIADAS
Pelo menos 800 empregados tiveram o pagamento creditado na sexta, dia em que o BC interveio no Santos
Salário de funcionário do banco está preso
FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos 800 funcionários do
Banco Santos e da holding Procid
Participações e Negócios, que
pertencem ao banqueiro Edemar
Cid Ferreira, estão com 40% do
salário mensal preso em suas contas na instituição. O dinheiro foi
creditado na última sexta-feira
-no mesmo dia em que BC
(Banco Central) anunciou a intervenção no Banco Santos.
Ontem, uma comissão de funcionários do banco se reuniu com
representantes do BC para encontrar uma forma de liberar esses
recursos. Há uma semana, o Banco Santos parou de operar e todos
os seus recursos estão indisponíveis por um prazo de no mínimo
seis meses, podendo ser prorrogado por mais seis meses.
Funcionários do banco que preferem não se identificar informaram que foram surpreendidos
com a intervenção. Para eles, o salário não deve ser retido junto
com os recursos da instituição
-só em depósitos a prazo são R$
1,8 bilhão, segundo cálculo do BC.
Considerando a média dos salários dos bancários, de cerca de R$
2.500 mensais, segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo,
estima-se que R$ 800 mil estariam
retidos nas contas dos funcionários -ou 40% do salário mensal.
Os empregados informaram
que precisam do dinheiro para
pagar as contas do mês. Até o final
da tarde de ontem, os recursos
ainda não tinham sido liberados.
Representantes do sindicato e da
comissão se reunirão na próxima
terça-feira com representantes do
BC para encontrar uma saída. O
interventor do banco é Vanio César Aguiar, chefe do departamento de supervisão indireta do BC.
"Conseguimos marcar só para a
próxima semana encontro com
representantes do Banco Central.
Soubemos que eles querem liberar o dinheiro dos empregados",
afirma Maria do Carmo, diretora
do sindicato. O BC informou por
meio de sua assessoria de imprensa que o interventor está analisando o caso e vai tomar as providências para atender clientes e funcionários o mais rápido possível.
Medidas para conter gastos
com pessoal estavam sendo tomadas há pelo menos 90 dias. De
janeiro até a semana passada foram demitidos 200 funcionários.
"Fui demitido há um mês. Estou
com dinheiro preso e preciso dele
para terminar uma obra", diz
Francisco Guimarães Leite.
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