|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CÂMBIO
Moeda americana chega a atingir menor valor ante o euro pelo 3º dia consecutivo, e mercado vê ação do BC europeu
Dólar fraco acende rumores de intervenção
DA REDAÇÃO
O dólar voltou a perder valor
ontem em relação às principais
moedas do mundo e, pelo terceiro
dia consecutivo, registrou recorde
histórico de baixa em relação ao
euro. Em Londres, a moeda única
européia chegou a ser negociada a
US$ 1,3074 (acima do US$ 1,3047
do dia anterior), embora depois
tenha recuado para
US$ 1,2993 no fechamento.
A aceleração do euro alimentou
rumores no mercado de que o
BCE (Banco Central Europeu)
poderá intervir no câmbio para
desvalorizar sua moeda, para proteger as exportações. As vendas
ao exterior são o principal fator na
recuperação econômica dos países da zona do euro.
Desde meados de outubro, cresceram os sinais de preocupação
das autoridades monetárias européias com o fortalecimento do euro. O próprio presidente do BCE,
o francês Jean-Claude Trichet,
classificou de "brutal" e "indesejada" a desvalorização.
"Eles terão que fazer algo. Já
houve intervenção verbal, e os
mercados parecem prontos para
testar se há algo [de medida concreta] por trás das palavras", disse
Michael Schubert, economista do
alemão Commerzbank.
A saída para o BCE seria entrar
no mercado para comprar dólares. Nos cinco anos de existência
do euro, o banco europeu interveio só quatro vezes, no fim de
2000. Na ocasião, porém, a situação era inversa, e a autoridade
monetária tentou valorizar o euro, que rumava ao recorde histórico de baixa de US$ 0,82.
O perigo de uma intervenção,
porém, é o BCE falhar, o que faria
a instituição perder credibilidade
e poderia até acelerar a desvalorização da moeda americana.
Há, porém, quem diga acreditar
em novas intervenções verbais do
BCE antes de atos concretos.
"Ainda não houve alertas suficientes desse tipo [verbais] para
que o BCE possa tomar o próximo passo", afirmou Dorothea
Huttanus, do DZ Bank.
Para essa "linha" de economistas, o uso de intervenções normalmente tem efeitos de curto prazo.
Eles apontam a primeira intervenção do banco, em setembro de
2000, que não impediu o recorde
de baixa no mês seguinte.
O Banco Central Europeu tem
demonstrado preocupação em
particular com a rapidez da valorização do euro, em detrimento
de um patamar específico de alta.
A razão é que mudanças bruscas
tornam mais difíceis para os exportadores se ajustarem, seja por
meio de reajustes de preços ou da
adoção de novas estratégias.
Se optar pela intervenção, analistas dizem ser provável que o
BCE o faça em movimento coordenado com o Banco do Japão
(equivalente ao BC), para não
correr o risco isoladamente.
O dólar recuou ontem ao menor
valor em quatro anos e meio em
relação à moeda japonesa e foi negociado a 103,65 ienes em Tóquio.
Diversas autoridades na área financeira têm demonstrado inquietação sobre o enfraquecimento do dólar, que também afeta as exportações do país.
Os americanos, porém, já avisaram que não entrarão no mercado de câmbio. No início da semana, o secretário do Tesouro, John
Snow, disse que, embora o governo Bush defenda um dólar forte,
ele acredita que o mercado encontrará a cotação ideal.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Estréia: Bolsa de SP recebe mais uma ação para seu pregão Próximo Texto: Artigo: Moeda precisa de desvalorização gradual Índice
|