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VISITA
Acordo permite acesso de carnes argentinas no país
Argentina também reconhece a China como economia de mercado
SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES
Em troca da promessa de duplicar seu volume de exportações
para a China (para US$ 7 bilhões
anuais, em até cinco anos), a Argentina reconheceu ontem o país
como economia de mercado.
O anúncio da decisão foi feito
pela manhã pelo chefe-de-gabinete do presidente Néstor Kirchner,
Alberto Fernández. Kirchner e o
presidente chinês, Hu Jintao, estiveram juntos em Buenos Aires na
última terça, mas não conseguiram concluir as negociações.
Na semana passada, o Brasil já
havia reconhecido a China como
economia de mercado, durante a
visita de Hu ao país.
A Argentina pedia a liberação
do mercado chinês para a exportação de carne bovina e de frango,
até então vetadas por razões fitossanitárias. A China prometeu liberar, gradualmente, o mercado
para as carnes argentinas.
Empresários têxteis, de calçados
e de brinquedos haviam se manifestado contra o reconhecimento
da China como economia de mercado. Representantes das médias
empresas também divulgaram estimativa de crise, caso o mercado
interno seja liberado para os produtos chineses, mais baratos.
Em seu discurso diante de Hu,
na Casa Rosada, Kirchner afirmou que "não existem soluções
mágicas". Ontem, Fernandez tentou acalmar o empresariado argentino. "Este governo sabe identificar quais são os setores sensíveis de sua economia e fará todo o
possível para protegê-los", disse.
Na hora do anúncio, Hu cumpria agenda particular em Bariloche, antes de seguir para o Chile,
onde participa da reunião da
Apec (sigla em inglês para Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico). Kirchner viajou para o
Chaco, no norte do país, para fazer um anúncio de investimento
estatal em infra-estrutura.
Lá, afirmou que o acordo feito
com a China "é muito bom", disse
que está promovendo "a refundação da Argentina" e que o país
"recupera a auto-estima". Ontem,
o mercado falava em uma provável união de empresários brasileiros descontentes com o reconhecimento pelo país da China como
economia de mercado com seus
pares argentinos.
Atualmente, as exportações da
Argentina para o país asiático estão concentradas em grão e óleo
de soja, e as importações, em
equipamentos.
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