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Cidade do Piauí ainda não viu benefício de instalação de usina
DO ENVIADO A FLORIANO (PI)
Quarta cidade do Estado,
com 55 mil habitantes, e banhada pelo rio Parnaíba, Floriano é conhecida como "Princesa do Sul do Piauí". Porta de
entrada para o cerrado piauiense e cidade-pólo da região, tem
a economia baseada em comércio e serviços.
A chegada da Brasil Ecodiesel, em agosto de 2005, parecia
marcar um novo tempo. Por
enquanto, não passou de uma
miragem no semi-árido.
Por causa de um generoso
programa de incentivos fiscais
para instalação de empresas no
Piauí, o Estado não recolhe
ICMS da Ecodiesel -por conseqüência, o município, que receberia 20% do imposto, fica
sem nada.
Pela lei, empresas como a
usina de biodiesel, por fabricarem "produto sem similar" no
Estado, são dispensadas de
100% do ICMS durante 12
anos, caso se fixem no interior.
O ICMS seria o único imposto
direto a que Floriano teria direito com a chegada do empreendimento.
Mas as benesses partiram
também da cidade, que ofereceu cinco áreas municipais para a instalação da usina, hoje
com 84 funcionários, a maioria
do próprio Estado.
A Ecodiesel rejeitou as cinco,
e a prefeitura foi obrigada a
comprar um sexto terreno para
os investidores.
Floriano foi prejudicada ainda pela recomendação de técnicos agrícolas de que o município não é adequado para o plantio de mamona, e o núcleo de
agricultura familiar do projeto
na região foi para Canto do Buriti, a 260 km dali (há outros espalhados pelo Nordeste).
Mesmo assim, a prefeitura,
que não tem ainda um estudo
do impacto econômico da instalação da empresa, elogia o
empreendimento.
"Até aqui, a chegada da Brasil
Ecodiesel é positiva, mas pode
ser bem mais, trazendo outras
indústrias que podem aproveitar subprodutos do biodiesel,
como a glicerina, e se forem superadas as restrições técnicas
para plantio de mamona", diz o
secretário de Governo, Edilberto Batista de Araújo.
(FV)
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