São Paulo, segunda-feira, 19 de novembro de 2007

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Investidor se atenta à ata da reunião do BC dos EUA

Documento pode apontar o futuro dos juros no país

DA REPORTAGEM LOCAL

A ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), que será divulgada amanhã, será provavelmente o evento mais relevante para o mercado financeiro nos próximos dias.
Esse documento é acompanhado com atenção porque traz detalhes sobre os motivos que levaram os dirigentes do Fomc (comitê do Fed que define os juros) a reduzir a taxa básica norte-americana para 4,5% anuais, no encontro realizado no fim de outubro.
Como ainda há muitas incertezas entre analistas e investidores em relação ao próximo passo que o Fomc dará, a ata pode influenciar os mercados, que esperam sinais sobre se os juros podem voltar a cair na reunião de dezembro.
"As atenções deverão ficar voltadas para a ata do Fomc, que será divulgada na terça-feira e deve contribuir para a construção dos prognósticos, podendo colaborar para a manutenção da cautela nos mercados norte-americanos", comenta a corretora Coinvalores.
Para os ativos de maior risco, como ações e títulos de países emergentes, taxas de juros menores nos EUA são uma notícia importante.
Nesse cenário, investidores internacionais tendem a trocar parte de suas aplicações em títulos do Tesouro americano, que passam a render menos, por aplicações mais arriscadas e rentáveis.
A próxima reunião do Fomc, a última do ano, está programada para ocorrer no dia 11 de dezembro.
Feriados podem atrapalhar um pouco as operações nesta semana. Amanhã, há o feriado do Dia da Consciência Negra em São Paulo. E, na quinta-feira, é Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos.
Na sexta-feira passada, por exemplo, os pregões espremidos entre o fim de semana e o feriado da Proclamação da República (15) encolheram as operações no mercado de câmbio e favoreceram a alta do dólar -que registrou valorização de 0,75% na sexta e terminou vendido a R$ 1,747.
Novos dados do setor imobiliário norte-americano também estão na agenda e podem mexer com os mercados.
Entre hoje e quarta-feira, vão ser divulgados dados referentes à construção de casa novas, licenças para construção de imóveis e solicitação de empréstimos hipotecários feitos pelos norte-americanos.
"A agenda americana da semana apresenta poucos mas importantes indicadores, como novos dados do setor imobiliário e o índice de confiança do consumidor do país", diz a Coinvalores.
No Brasil, a agenda econômica está bastante esvaziada nesta semana. Os investidores terão na sexta a divulgação do IPCA-15, que é uma prévia do índice de preços que o Banco Central utiliza para monitorar sua meta de inflação.
Se o IPCA-15 vier comportado -o mercado estima que a taxa marque elevação em torno de 0,20%-, os investidores e analistas podem começar a discutir as chances de o Copom (Comitê de Política Monetária) voltar a reduzir a taxa básica de juros no começo de 2008. Para este ano, apesar de ainda haver uma reunião do Copom, ninguém conta com a possibilidade de a taxa Selic voltar a ser reduzida.
O Copom interrompeu em seu último encontro o processo de cortes da Selic, que está em 11,25% anuais. As pesquisas feitas pela autoridade monetária com as instituições financeiras apontam que a expectativa é que a Selic permaneça nesse patamar até o fim do ano. Para dezembro de 2008, as projeções mostram que a previsão é que a taxa esteja em 10,25%.


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