São Paulo, quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

BNDES concede 20% de reajuste salarial

Em meio a discussões de cortes dentro do governo para compensar o fim da CPMF, o BNDES concedeu, há poucos dias, um reajuste salarial de 20% para os funcionários contratados a partir de 1998 pelo banco, o que corresponde a quase a metade do seu quadro de cerca de 2.000 funcionários. A outra parcela recebeu um aumento de 6%, previsto pelo dissídio dos bancários.
O aumento de 20% faz parte da política do atual presidente, Luciano Coutinho, de equiparar os salários dos técnicos que chegaram ao banco depois de 1998 aos antigos. A partir dessa data, o BNDES mudou a política salarial de tal forma que acabou promovendo uma discrepância muito grande de salário entre os técnicos antigos e os novos.
O BNDES é considerado uma das instituições do Estado que mais bem pagam os seus funcionários. O salário inicial de um economista no banco gira em torno de R$ 6.500.
A principal razão que fez com que Luciano Coutinho concordasse em conceder esse aumento de 20% foi certamente o fato de que, nos próximos três anos, cerca de um terço do quadro de funcionários do BNDES irá se aposentar. São técnicos bastante experientes e com alto grau de qualificação.
O objetivo de Coutinho é manter e atrair técnicos para substituir esse grande contingente de pessoas que vão se aposentar. O BNDES também está preparando o lançamento de um concurso para a possível contratação de novos funcionários.
Desde que assumiu o BNDES, em maio, Coutinho promove uma série de mudanças internas na estrutura do banco para torná-lo mais ágil. Está em elaboração, por exemplo, um novo plano de carreira no banco que vai instituir um regime de promoções com base na "meritocracia", e não mais por tempo de trabalho.
Apesar de controlado pelo Estado, o BNDES registrou um lucro de R$ 7,3 bilhões até setembro, superior ao do Bradesco e ao do Itaú.

opinião

"Há um escarcéu com a inflação de demanda"

De Octavio de Barros, diretor de pesquisas macroeconômicas do Bradesco:
"Muitas críticas são feitas aos que alegam que, se tirássemos o item "alimentação" do IPCA, o índice estaria correndo a 2,90% nos últimos 12 meses terminados em novembro.
OK, realmente não é justo retirar alimentação, afinal todo mundo come. Mas então, para sermos justos, vamos calcular o IPCA retirando apenas dois produtos que sofreram inequívocos choques de oferta em 2007: feijão e leite.
Conheço muita gente que nem toma leite nem come feijão. Ninguém venha dizer que esses dois produtos vêm sofrendo uma forte pressão de demanda. O feijão, que por sinal terá aumentado 140% em 2007, vem perdendo importância no prato do brasileiro, segundo a Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária].
Pois é: o IPCA nos 12 meses terminados em novembro atinge 3,66% sem esses dois itens apenas. Se todo mundo fosse vegetariano então, não consumindo carne, a inflação estaria em 3,42%.
Em outras palavras, todo cuidado é pouco com a inflação e o Banco Central tem que ficar em vigilância permanente. É isso que esperamos dele.
Mas que tem muita gente fazendo um escarcéu com a tal inflação de demanda, isso tem. Estamos todos surpresos com a demanda, é verdade. Ninguém pode negar. Mas deveríamos estar igualmente surpresos com a expansão da oferta, dos investimentos e da produtividade, que estão literalmente bombando".

MAMMA MIA
A marca de moda italiana Miss Sixty encerra 2007 com planos de expansão em 2008. A idéia é trazer ao Brasil calçados e acessórios da grife que ainda não eram comercializados no país -e em nenhum outro da América Latina-, além da nova marca do grupo, a Killah, que é voltada ao segmento de mulheres mais jovens. "Os italianos apostam no mercado brasileiro, sempre aberto a novidades", diz Sonia Ferrari, diretora do grupo Miss Sixty no Brasil. O grupo também deverá expandir territorialmente, com franquias no Shopping Bourbon Pompéia, em SP, e outras duas fora do Estado -uma em Curitiba e outra em Belo Horizonte. A Miss Sixty está presente no Brasil desde 2003.

SETE DÍGITOS
A Volkswagen Caminhões e Ônibus anuncia hoje seu maior investimento em cinco anos. Será uma ampliação na fábrica de Resende (RJ). O investimento deve alcançar a casa de sete dígitos.

CADEIRAS
O escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice terá, a partir de janeiro, três novos sócios: Flavio Roberto Penteado Meyer, Eliana Ambrósio Chimenti e Camila Galvão Anderi Silva.

DOCE LAR
Em novembro, os financiamentos para a casa própria com recurso do FGTS na Caixa somaram R$ 523,3 milhões em programas no âmbito do PAC. São 16,8 mil contratos para famílias de baixa renda. O valor contratado no mês é 19% superior à média mensal de janeiro a outubro.

COMPUTADOR
A fabricante nacional Syntax lança sua primeira linha de notebooks.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA

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