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Governo quer fazer ajuste em texto do "novo Cade"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de comemorar a
aprovação do projeto de lei que
reestrutura o sistema de defesa
da concorrência na Câmara anteontem, o governo já trabalha
com a idéia de promover "ajustes" no texto durante a votação
da proposta no Senado.
Segundo avaliação dos órgãos antitruste, novos prazos
para análise de fusões incluídos
no projeto por emendas da
oposição são conflitantes. "O
Senado vai discutir o projeto
com profundidade. É improvável que não haja mudanças, já
que se trata de um projeto com
muitos artigos. Poderemos, então, aparar arestas", afirmou o
presidente do Cade (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica), Arthur Badin.
O projeto que reestrutura a
defesa da concorrência cria o
"novo Cade": uma superintendência que absorverá a atual
SDE (Secretaria de Direito
Econômico) e o atual Cade, que
é um tribunal administrativo.
Já a Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico) deixa de integrar o sistema como
órgão de instrução de processos. "Acaba o triplo guichê que
existe hoje", definiu Badin.
A proposta também estabelece a análise prévia das fusões.
Hoje, as empresas têm um prazo de 15 dias para notificar operações ao sistema depois que o
negócio foi fechado. Pelo projeto, somente depois da análise
do "novo Cade", as empresas
podem concretizar a operação.
O texto negociado na Câmara
previa que a análise prévia deveria ocorrer em até 180 dias
(prorrogáveis por mais 60) para os casos mais complexos. Para operações mais simples, o
prazo é de 20 dias. Na votação,
uma emenda criou um limite
de 240 dias, prorrogável por
mais 90, sem considerar microprazos e especificidades.
(JULIANNA SOFIA)
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