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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Eólica ajuda imagem do país na
COP-15
Um setor brasileiro que estava se sentindo bem na foto na
15ª Conferência do Clima das
Nações Unidas foi o de energia
eólica, "coqueluche" na geração
de energia e a que mais cresce
em todo o mundo. O Brasil é
um dos maiores potenciais eólicos do planeta.
Com o leilão de eólicas, considerado positivo, ocorrido no
início da semana, quando começou a esquentar a COP-15,
executivos já miram os próximos passos, os leilões de 2013 e
2015, que devem priorizar a hidrelétrica. Sem contar o mais
ousado dos passos, Belo Monte.
As licenças ambientais para a
obra ainda não saíram, mas o
setor estava otimista. "Vai
sair", disse Maurício Tomalsquim, presidente da Empresa
de Pesquisa Energética.
Mais de 80% das emissões de
gases de efeito estufa na Europa e nos EUA se devem à produção e ao uso da energia. No
Brasil, menos de 20% das emissões têm essa origem.
O Brasil, por ter baixo consumo per capita de energia e uma
matriz energética renovável, é
um país com baixa emissão per
capita de gases de efeito estufa.
Cada brasileiro é em média
responsável por emissão cerca
de dez vezes menor que cada
americano e quatro vezes menor que cada europeu, considerando só o uso de energia, segundo Tomalsquim. O desmatamento é o maior problema do
Brasil, que é o líder mundial na
participação da geração de renováveis na matriz energética.
"A discussão forte que se faz
na COP-15 ajuda na decisão
brasileira de usar a eólica como
a energia mais limpa, econômica, renovável e confiável para
ser a parceira ideal da hidroelétrica e dar segurança ao sistema
brasileiro", diz Lauro Fiuza Jr.,
da Abeeólica (associação de
empresas de energia eólica).
Para Fiuza, o leilão foi uma
demonstração enfática do interesse do governo em comprar
energia eólica e dos investidores que venderam a R$ 148 por
MWh (valor médio do leilão).
Segundo Augusto Rodrigues,
diretor da CPFL, "a produção
tem de ser alta para aguentar
esse preço de R$ 150". A empresa decidiu entrar em energia
verde há dois anos, se deu bem
no leilão e está interessada em
aumentar ainda mais sua participação em eólicas.
Fontes do setor em Copenhague comentavam a entrada
de novos players no mercado e
ausência de grandes que ganharam no leilão.
NADANDO EM INVESTIMENTO
O grupo SuperClubs resolveu trazer de volta à mesa
seus projetos de resorts que ficaram estacionados por
conta da crise e agora têm o estímulo dos eventos esportivos que o país receberá nos próximos anos. O ano de
2009 não teve nenhuma inauguração, mas em 2010 serão
lançados empreendimentos em Búzios, Recife, Maceió e
São Paulo, com investimentos de R$ 180 milhões, segundo Xavier Veciana, diretor-geral do SuperClubs no Brasil.
O grupo também está presente, com 4.400 quartos, em
Cuba, República Dominicana, Bahamas, Panamá e outros.
DECOLAGEM
Odebrecht acaba de assinar contrato com o Ministério dos Transportes de Moçambique para projeto e
construção do Aeroporto
Internacional de Nacala, investimento de US$ 111 milhões. As obras começam em
2010. O aeroporto será construído no local de uma antiga base militar. O objetivo é
que se torne referência para
voos da Ásia à América.
PÓS-CRISE
O desenvolvimento da
América Latina pós-crise será debatido no Laporde, de
11 a 15 de janeiro, evento da
Universidade de Cambridge
organizado no Brasil pela
Escola de Economia de SP
da FGV com a Fapesp e a Ordem dos Economistas do
Brasil. Jomo K.S, da secretaria de desenvolvimento econômico das Nações Unidas,
é um dos palestrantes.
DINAMARQUESAS
NÃO ESQUENTA
"Nossas quatro prioridades para 2010 são empregos,
empregos, empregos e empregos", teria dito o presidente Barack Obama ao presidente Lula, anteontem, segundo interlocutores do
chefe de Estado brasileiro.
Obama teria pesquisas de
opinião que indicam que o
eleitorado americano não
esquenta muito a cabeça
com o tema das mudanças
climáticas.
MAIS EMPREGO
Na mesma linha, o governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), por sua
vez, também ouviu em Copenhague, do presidente de
uma das maiores ONGs
americanas, que Obama teria dito ao ambientalista que
se quisessem avanços no
combate a mudanças climáticas, que buscassem alternativas para criar empregos
na economia verde.
NA FLORESTA 1
Ontem, pela manhã, o governador amazonense,
Eduardo Braga (PMDB),
ainda se dizia otimista com a
possibilidade de saírem recursos para as florestas do
mundo todo.
NA FLORESTA 2
"São US$ 3,5 bilhões ao
ano que já estão na mesa.
Mas poderá chegar a US$ 10
bilhões", afirmou o governador do Amazonas. "Uns vão
querer depositar no Fundo
Amazônia, outros, de formas diferentes."
LUZ NO FIM DO TÚNEL
Quem estava animada anteontem à noite era a ministra Dilma Rousseff, chefe da
delegação brasileira em Copenhague. "Finalmente,
eu começo a ver uma luz no
fim do túnel", afirmou a ministra da Casa Civil a interlocutores.
Classes C e D usarão 13º para pagar dívidas neste ano, diz pesquisa
Mais da metade dos paulistanos das classes C e D irá
destinar o seu 13º salário para
o pagamento das dívidas neste ano. Cerca de 53% necessitarão do recurso para saldar
as dívidas do banco, com cartões de crédito e com cheque
especial, ou para o pagamento
de outros endividamentos da
família.
A conclusão é de pesquisa
realizada pela Quorum Brasil,
entre os dias 18 e 30 de novembro, com mais de 200 entrevistas no Estado.
"O indivíduo das classes
mais baixas vinha se acostumando à ascensão do consumo e não percebeu que a crise
foi consumindo seu orçamento. Agora deve usar seu 13º para pagar o endividamento que
assumiu no ano", diz William
Horstmann, sócio da Quorum.
Nas classes A e B, apenas
26,6% usarão seu 13º para o
mesmo fim. O principal destino do recurso entre as famílias
mais ricas são viagens ou passeios. Entre os mais pobres,
menos de 8% investirão o dinheiro no lazer neste ano.
Outros 13% das classes A e B
dedicam o recurso à casa, com
reformas e decoração, contra
apenas 6% que fazem o mesmo nas classes mais baixas.
Outra função importante do
13º é a poupança, lembrada
por 23,4% das classes C e D,
ante 16,7% das classes A e B.
com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK
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