São Paulo, sábado, 19 de dezembro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Piva nega a intenção de "derrubar governo'


da Reportagem Local

O presidente da Fiesp, Horacio Lafer Piva, reagiu às críticas segundo as quais a indústria paulista estaria fazendo oposição ao presidente Fernando Henrique Cardoso.
Para ele, a articulação pela Fiesp de um movimento para pressionar o governo a adotar uma política mais voltada à produção não significa "antagonismo" ao Planalto.
"Não estou querendo ser o garoto revolucionário que assumiu a Fiesp para derrubar o governo", afirmou, ontem, em almoço com jornalistas, na Fiesp.
Piva disse que o ato a favor da produção e da geração de empregos, que pretende reunir empresários, políticos e lideranças sindicais, segunda-feira, na Fiesp, tem como meta ajudar o governo a encontrar um "caminho diferente e mais sofisticado" para a política econômica.
Piva negou que a Fiesp tenha participado, ou que participe, de qualquer articulação contra a política de estabilização ou para derrubar autoridades do governo.
"Somos a favor da estabilização de preços, não estamos falando de mudança de câmbio nesse momento, mas temos criticado a falta de avanço da política econômica do governo na direção do desenvolvimento."
Para Piva, a estabilização não pode ser o objetivo final da política econômica do governo. "Também defendemos a estabilização com todas as nossas armas, mas ela tem de propiciar o crescimento, mais produção e mais emprego."
Mario Bernardini, diretor do departamento de competitividade industrial da Fiesp, rebateu o ataque do presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, à Fiesp.
Gouvêa Vieira disse, anteontem, que a Fiesp reclama "sem base" da política de juros altos do governo.
Segundo Bernardini, as declarações de Gouvêa Vieira não preocupam a indústria paulista.
"O presidente da Firjan é, na verdade, uma ameaça ao embaixador Sérgio Amaral, pois, ao defender a política de juros altos, o que ele quer na verdade é ser porta-voz do governo. Ele, certamente, não fala em nome da indústria do Rio."
(ACS)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.