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Piva nega a intenção de "derrubar governo'
da Reportagem Local
O presidente da Fiesp, Horacio
Lafer Piva, reagiu às críticas segundo as quais a indústria paulista estaria fazendo oposição ao presidente Fernando Henrique Cardoso.
Para ele, a articulação pela Fiesp
de um movimento para pressionar
o governo a adotar uma política
mais voltada à produção não significa "antagonismo" ao Planalto.
"Não estou querendo ser o garoto revolucionário que assumiu a
Fiesp para derrubar o governo",
afirmou, ontem, em almoço com
jornalistas, na Fiesp.
Piva disse que o ato a favor da
produção e da geração de empregos, que pretende reunir empresários, políticos e lideranças sindicais, segunda-feira, na Fiesp, tem
como meta ajudar o governo a encontrar um "caminho diferente e
mais sofisticado" para a política
econômica.
Piva negou que a Fiesp tenha
participado, ou que participe, de
qualquer articulação contra a política de estabilização ou para derrubar autoridades do governo.
"Somos a favor da estabilização
de preços, não estamos falando de
mudança de câmbio nesse momento, mas temos criticado a falta
de avanço da política econômica
do governo na direção do desenvolvimento."
Para Piva, a estabilização não pode ser o objetivo final da política
econômica do governo. "Também
defendemos a estabilização com
todas as nossas armas, mas ela tem
de propiciar o crescimento, mais
produção e mais emprego."
Mario Bernardini, diretor do departamento de competitividade
industrial da Fiesp, rebateu o ataque do presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), Eduardo Eugênio Gouvêa
Vieira, à Fiesp.
Gouvêa Vieira disse, anteontem,
que a Fiesp reclama "sem base" da
política de juros altos do governo.
Segundo Bernardini, as declarações de Gouvêa Vieira não preocupam a indústria paulista.
"O presidente da Firjan é, na verdade, uma ameaça ao embaixador
Sérgio Amaral, pois, ao defender a
política de juros altos, o que ele
quer na verdade é ser porta-voz do
governo. Ele, certamente, não fala
em nome da indústria do Rio."
(ACS)
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