São Paulo, sábado, 19 de dezembro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MERCADO FINANCEIRO
Bolsa sobe 2%; US$ 319 mi saem do país

da Reportagem Local

Os mercados financeiros tiveram ontem um dia de marasmo e baixo volume de negócios, com os investidores esperando para ver os resultados da votação do impeachment do presidente dos EUA, Bill Clinton, no Congresso norte-americano.
Influenciada pelo mercado em Nova York, a Bolsa de Valores de São Paulo terminou o dia em alta, de 2,05%, movimentando apenas R$ 282,53 milhões. Na semana, caiu 5,75%, no mês, 21,43%, e no ano, 33,49%.
Análises otimistas sobre a Intel e a Compaq animaram Wall Street e o índice Dow Jones, das ações mais negociadas na Bolsa de Valores de Nova York, subiu 0,31%.
No seu segundo dia, o bombardeio sobre o Iraque passou novamente desapercebido nos mercados internacionais. Os investidores estão convencidos de que os impactos sobre a economia internacional serão nulos. Para analistas, o ataque dos EUA trata-se de uma manobra diversionista para desviar as atenções da crise política de Clinton.
A evasão de divisas do Brasil continuou ontem. Até as 19h30, o fluxo cambial estava negativo em US$ 248 milhões no mercado de dólar comercial e em US$ 71 milhões no mercado de dólar flutuante, um segmento do turismo.
O total, de US$ 319 milhões, superava os US$ 311 milhões de fluxo cambial negativo de anteontem. No mês, a evasão de dólares já soma quase US$ 2,7 bilhões.
Os juros do over, o mercado por um dia, caíram para 28,92% ao ano, abaixo dos 29% fixados pelo governo para a TBC, a taxa básica da economia.
Nos EUA, analistas acreditam que os juros básicos serão mantidos em 4,75% ao ano na reunião do Federal Reserve, o banco central norte-americano, no dia 22.
"Depois dos três últimos cortes nos juros dos EUA, a situação de estresse nos mercados internacionais passou", diz Rodrigo Moraes, do Banco Rendimento.
Segundo ele, os dados econômicos dos EUA são "conflitantes". Os números do varejo norte-americano mostram uma "demanda doméstica resistente". Mas os indicadores da indústria manufatureira, principalmente a mais dependente dos mercados internacionais, são pouco animadores. "Pesando os dois lados, creio que o Fed vai optar pela neutralidade." (CRISTIANE PERINI LUCCHESI)


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.