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POLÍTICA MONETÁRIA
Decisão mostra que inflação ainda preocupa
BC mantém taxa básica de juro em 19% ao ano, sem tendência
da Sucursal de Brasília
O Banco Central confirmou as
expectativas do mercado financeiro e manteve inalterados em
19% anuais os juros básicos da
economia, sem indicação de tendência de baixa da taxa.
A exemplo das duas reuniões
anteriores, o Copom (Comitê de
Política Monetária) do BC decidiu
não impor nenhum viés à taxa, de
alta ou de baixa.
Isso significa que os juros básicos se mantêm em 19% anuais pelo menos até a próxima reunião
do Copom, que ocorre nos próximos dias 15 e 16 de fevereiro.
O diretor de Política Monetária
do BC, Luiz Fernando Figueiredo,
limitou-se a afirmar que a taxa de
19% anuais, sem viés, é a mais
adequada, tomando como base a
tendência da inflação.
Ele disse que a opinião do Copom só será expressa na ata da
reunião, que deve ser divulgada
na próxima quinta-feira. Antes, o
documento era divulgado apenas
15 dias após a reunião.
A manutenção dos juros significa que não há grande folga para o
cumprimento da meta de inflação
de 6% para 2000 e de 4% para
2001. Desde a adoção do regime
de câmbio flutuante, em janeiro
de 1999, o controle da inflação
passou a ser o principal objetivo
da política de juros.
Analistas do mercado financeiro já apostavam em uma postura
conservadora do Copom, apontando uma alta mais forte dos juros norte-americanos como um
dos riscos para o cumprimento
das metas de inflação.
Inflação
O relatório de inflação divulgado em dezembro pelo BC trabalhava com a hipótese de os juros
norte-americanos serem elevados
em 0,75 ponto percentual nos três
primeiros trimestres de 2000.
Mas o mercado passou a especular sobre a possibilidade de haver um aumento de 0,5 ponto percentual já na reunião do BC dos
Estados Unidos de fevereiro.
Uma eventual alta dos juros
norte-americanos poderia reduzir o volume de dólares ao Brasil,
provocar alta na cotação da moeda norte-americana e pressionar
preços de produtos e matérias-primas importadas.
O relatório de inflação de dezembro passado também apontava os riscos das altas de tarifas públicas -que, segundo estimativa
do BC, subiriam 9,2% neste ano,
mais de 50% acima da meta de inflação de 6% para 2000.
Tomando como base um aumento de tarifas dessa magnitude, o relatório apontava como sua
projeção central uma inflação de
5,8% neste ano, pouco abaixo da
meta, caso os juros fiquem sempre em 19% anuais.
Expectativa
A taxa está nessa patamar desde
22 de setembro passado. Até o final de outubro, o mercado ainda
tinha alguma expectativa de que
os juros sofressem novas quedas.
Os juros foram elevados a seu
pico, de 45% anuais, em 24 de
abril do ano passado, como forma
de conter as pressões inflacionárias decorrentes da desvalorização do real.
Passado o risco inicial, o Copom
promoveu 11 reduções na taxa básica de juros.
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