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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Responsabilidade cai na visão do cliente
A preocupação dos consumidores com ações de responsabilidade social e ambiental está
em queda. Em 2006, esse tipo
de ação foi considerada item
muito importante para 51% dos
consumidores. Em 2007 o número não passou de 42%.
A conclusão é de pesquisa da
TNS InterScience que perguntou o que é indispensável para
uma empresa ser vista como
uma organização que respeita o
consumidor. Foram entrevistadas 1.250 pessoas em cidades
como São Paulo, Porto Alegre,
Rio de Janeiro, Recife e Belo
Horizonte, homens e mulheres
com mais de 18 anos.
O levantamento considerou
atributos como qualidade, preço, propaganda ética, responsabilidade social e ambiental,
atendimento e monitoramento
da satisfação do consumidor.
A principal razão da mudança, segundo Roberto Meir, um
dos coordenadores da pesquisa, é a "commoditização" do assunto responsabilidade. O investimento em ações sociais e
ambientais passou a ser visto
pelo cliente como um item básico e não mais como algo que
possa influenciar a compra.
"Responsabilidade social não
enche barriga. Se o consumidor
vai comprar um suco, primeiro
ele pensa em preço, qualidade,
atendimento. Não vai pagar um
centavo a mais pela embalagem
responsável", diz Meir.
Segundo ele, a mudança também se explica pela emergência
do consumidor de baixa renda,
que não pode pensar em responsabilidade social na hora do
consumo. "Ele não pode errar
na compra. Não tem dinheiro
para ficar jogando produto no
lixo se não gostou."
Atributos como qualidade,
atendimento e preço aumentaram em relação ao ano anterior.
No índice geral, a qualidade
subiu de 61% para 65%.
O atendimento, que já aparecia como essencial para os consumidores, cresceu, citado por
63% em 2007, contra 58% no
ano anterior.
O quesito qualidade na avaliação por classe aparece com
63% na classe C e 70% na B, em
nível de importância. Na análise por região, verificou-se que a
população nordestina se preocupa menos com qualidade.
Na separação por segmentos,
entre as empresas apontadas
como as que mais respeitam o
consumidor aparecem Casas
Bahia, Carrefour, Bompreço,
C&A, Drogasil, McDonald's,
Coca-Cola, Sadia, Bradesco, Vivo e Porto Seguro.
IDEOGRAMA
A partir deste ano, o Colégio Humboldt incluirá o mandarim na grade curricular. Segundo a diretora do colégio,
Beate Althuon, a demanda veio dos pais. "Eles queriam,
inclusive, um curso para eles", diz. As aulas serão dadas
pelo responsável pelo Departamento de Línguas Orientais
da USP, David Jye Yuan Shyu.
NOVA INVESTIDA
O empresário Nelson Tanure anuncia amanhã a
aquisição da Intelig, a empresa-espelho da Embratel.
O acordo foi assinado no dia
14 deste mês com a National
Grid, uma grande empresa
britânica nas áreas de energia e telecomunicações, a
Sprint Nextel e a France Telecom, donas da Intelig.
MALA PRONTA
Cerca de 50 empresários
brasileiros, micro, pequenos
e médios, viajam à Itália para fazer negócios em Milão e
na região da Lombardia, em
abril. A missão é parceria da
Fiesp com a Divisão Especial da Câmara de Comércio
de Milão para Promoção de
Atividades Internacionais e
Relações Exteriores.
TAÇA
A ponta de estoque da
Mistral, que ofertou mais de
mil garrafas no site na manhã da última quinta-feira,
quase se esgotou em cerca
de duas horas. O fato ocorreu porque há poucas garrafas de cada vinho. Novos lotes de ponta de estoque serão colocados no site periodicamente.
PAPELEIRAS
A família Ermírio de Moraes (Votorantim) tem conversado muito com os sócios
da Aracruz (Safra e grupo Lorentzen). O grupo Votorantim já tem uma participação na Aracruz pela VCP.
Em maio, o acordo de acionista da Aracruz precisa ser
refeito. As cartas estão postas na mesa.
É CEDO
Para Ranieri, aquisições de grifes são "naturais"
Aos 27 anos, Wilson Ranieri,
que faz hoje seu terceiro desfile
na semana de moda paulistana,
vê com naturalidade o momento pelo qual a moda brasileira
passa hoje.
"Em todo lugar isso aconteceu. As marcas cresceram e viraram um negócio bom para investir", diz o estilista.
Embora acredite que o movimento é positivo, Ranieri, que
tem sete anos de carreira e um
currículo que reúne experiências como a assistência a Clô
Orozco, diz que não consegue
se ver vendendo sua marca.
"Não tenho a estrutura necessária para ser comprado. Se
eu vendesse minha marca, provavelmente perderia o principal, que é o meu trabalho. Eu
ainda tenho um trabalho maior
que a marca", diz Ranieri.
"Ainda não é a hora. Eu poderia perder o controle facilmente e a marca se transformaria
em outra coisa."
Por enquanto, os planos de
expansão são abrir uma loja
própria no segundo semestre
deste ano e aumentar a participação em multimarcas do país.
Não tenho a
estrutura necessária para ser comprado. Se eu vendesse
minha marca, provavelmente perderia o principal, que é
o meu trabalho
WILSON RANIERI
estilista
SEM PENSAR
Para Clô Orozco, visão lírica pode danificar negócios
Com 30 anos de carreira, a
estilista Clô Orozco diz que deixou para pensar se gostaria de
vender ou não sua marca, a
Huis Clos, se e quando alguém
bater à sua porta. "Por enquanto, só recebi sondagens", diz.
Com sete lojas e outras grifes,
como a jovem Maria Garcia,
Clô cita o movimento de aquisições de marcas brasileiras por
grupos financeiros com situações semelhantes no mercado
internacional.
"Eu acho muito legal o que
acontece no exterior porque
são grupos com experiência.
Aqui, eu espero que seja uma
coisa saudável e bom para todos, mas ainda é cedo para dizer." O movimento pode sinalizar, a seu ver, a "profissionalização do mercado de moda do
país". Entre os problemas que
podem acontecer, segundo ela,
está a inexperiência dos investidores sobre o setor moda e o
lirismo que "esse mundo" pode
despertar. "Eles [os investidores] podem pensar, "bacana, vamos ganhar dinheiro, minimizar custos, assim a gente ganha
na escala", mas não é tão fácil."
Eu acho muito legal o que acontece no exterior porque são grupos com
experiência. Aqui,
eu espero que seja
uma coisa saudável
e bom para todos,
mas ainda é cedo
para dizer
CLÔ OROZCO
estilista
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