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Governo diz que não há necessidade de intervenção mais firme no setor
DA SUCURSAL DO RIO
O Ministério de Minas e
Energia não vê a necessidade
de uma intervenção mais firme
do governo no setor de álcool
com o objetivo de coordenar
ações, como defendem empresários e especialistas. Para o
ministério, não é função do Estado orientar os investimentos,
papel que deve ser exclusivamente da iniciativa privada.
"Não é preciso uma intervenção maior para assegurar a execução do que foi planejado. O
mercado é livre. Não cabe ao
governo impedir um projeto
empresarial privado. Só impedimos por questões ambientais. Seria um retrocesso determinar ao empresariado o que
fazer, como fazer e quando fazer", diz Ricardo Dornelles, diretor do Departamento de
Combustíveis Renováveis.
O técnico afirma que o governo traça apenas "metas indicativas", como a expectativa de
crescimento da economia e da
demanda, apontando qual será
a expansão necessária do setor.
O ministério não determina
qual ação deve ser feita, diz.
Dornelles diz que não faltou
planejamento do governo para
a expansão da produção de álcool. Sob Lula, diz, "retomou-se
o planejamento energético como um todo: petróleo, gás e
biocombustíveis". Antes, estava restrito à geração de energia.
Para o diretor, a queda dos
preços do álcool no Brasil e a dificuldade em exportar no ano
passado refletem o excesso de
produção nos EUA, que "jogou
os preços para baixo".
O cenário, prevê, é passageiro. Na visão dele, não se configurou no ano passado um otimismo irreal no setor quanto às
exportações. "Houve excesso
de declarações, não de otimismo. Quem está no setor conhece as [dificuldades das] relações
internacionais."
Projeções
Pelos cálculos do ministério,
a produção de álcool chegará a
24 bilhões de litros em 2010
-ficou em 18 bilhões no ano
passado. Só a expansão do consumo interno, diz Dornelles,
demandará todo esse volume.
"O carro flex já representa
19% da frota. É fato que o mercado interno absorverá as
eventuais dificuldades de abertura de novos mercados [para
exportação]", afirma.
Para Paulo Faveret, gerente
do Departamento de Biocombustíveis do BNDES, há no setor "uma grande incerteza" em
relação à abertura dos mercados norte-americano e europeu. "São decisões [a queda dos
subsídios] altamente politizadas", diz.
(EL e PS)
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