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Para centrais sindicais, aumento vai trazer recessão e mais desemprego
DA REPORTAGEM LOCAL
O aumento dos juros vai resultar em recessão e mais desemprego. Essa é a avaliação de sindicalistas da Força Sindical, da CUT,
da CGT, da SDS e da CAT, que ficaram surpresos com a decisão
anunciada pelo governo.
"Os efeitos serão dramáticos para o país. Não há necessidade de
aumentar os juros para conter a
inflação. Esse entendimento é
equivocado", afirma Luiz Marinho, presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC e candidato
à presidência da CUT. Ele pretende marcar audiência com o presidente Lula para ouvir dele as razões que levaram o BC a aumentar os juros.
Para o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o governo arranjou, com a ameaça de
guerra, uma "desculpa" para a falta de rumo e de alternativas para a
economia. "Essa política que está
aí é a mesma do governo FHC,
que deixou 12 milhões de desempregados no país. O resultado será
mais recessão, com mais desemprego. O governo deveria assumir
que não tem uma política econômica definida."
Em nota, a central afirma que a
decisão "está sendo norteada pela
bússola dos especuladores".
A SDS tem a mesma avaliação.
"As medidas impopulares serão
sempre creditadas à guerra. E a
guerra funciona para o Brasil como as enchentes funcionam para
as prefeituras do interior do Estado de São Paulo. Ou seja, não tem
razão de ser", diz Enílson Simões
de Moura, presidente da SDS.
Antonio Carlos dos Reis, presidente da CGT, diz que a elevação
vai em sentido oposto ao da política anunciada na campanha eleitoral. "Ele [Lula] dizia que queria
gerar mais emprego, mas vai aumentar o desemprego. Se os juros
caem, o ritmo de atividade das fábricas cresce, e o emprego aumenta. Isso sim seria uma maneira de combater a fome."
(CR e FF)
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