São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 2005

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"Fantasma" em SP deu prejuízo de R$ 164 mi

DA REPORTAGEM LOCAL

Numa garagem adaptada para um depósito, foi localizada no ano passado uma empresa fantasma de produtos alimentícios e descartáveis no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo.
Fundada em 1993, ela fez golpes que causaram perdas de R$ 164 milhões, segundo informam 37 protestos de companhias que fizeram negócios com a golpista em São Paulo.
Aqueles que receberam o calote entregaram a mercadoria pedida pela empresa, mas não foram pagos. Alguns receberam cheque sem fundos.
A companhia chegou a tentar comprar itens de clientes da empresa de gestão de crédito SCI/ Equifax. Entre os pedidos, existiam itens dos mais diversos, como material de limpeza, celulares, vinho, champanhe, roupão de banho, DVD, panela de pressão, agendas, entre outros itens.
Com os produtos na mão, o plano era continuar a dar o calote nos fornecedores.
"A empresa foi fundada em 1993, mas não registrávamos nenhuma atividade em nosso banco de dados até novembro de 2004", diz Alexandre Cambach, gerente da SCI/Equifax.
"A partir de então, o número de consultas de companhias interessadas em saber sobre a empresa cresceu", afirma.

Intuição
Para Marcelo Gomes, perito em fraudes e investigador contábil da GBE Peritos, existe uma possibilidade de um aumento nas fraudes em momentos de maior atividade econômica.
Gomes crê "intuitivamente" nessa relação, ainda que os números mostrem curva ascendente no número de empresas golpistas no país há anos.
"Quando a economia melhora, todos gastam mais e olham menos para custos. Mas, quando a crise bate na porta, é preciso cortar gorduras, e a cautela é maior em fechar novos acordos", analisa o perito.


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