São Paulo, quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Cuba não muda depois de Fidel, diz Leme

Há quatro anos morando em Miami, que fica a 176 milhas náuticas de Havana, o economista Paulo Leme, da Goldman Sachs, costuma ver com freqüência, no caminho de casa para o trabalho, dezenas de cubanos desembarcando de madrugada nas praias para tentar a sorte nos Estados Unidos.
As balsas os deixam a cerca de 500 metros do continente e eles entram no país a nado. Aqueles que conseguem pisar em solo americano adquirem o status de exilados e permanecem no país, mas os que não têm força suficiente para cumprir a travessia a nado são capturados pela polícia ainda no mar e expatriados para Cuba. Muitos pais chegam separados dos filhos ou das mulheres.
"A cena é trágica", diz Leme.
Com base nessa experiência, Paulo Leme não espera que Cuba mude muito após a renúncia de Fidel Castro. Segundo ele, esse período de quase dois anos de afastamento por motivos de saúde de Fidel foi suficiente para testar seu irmão, Raul Castro, na presidência, e ver que nada mudou em Cuba.
"A transição foi muito gradual", diz leme.
Pelo contrário, Leme diz que tem notado um aumento expressivo do número de cubanos que fogem do país para tentar desembarcar na ilha de Key Biscayne, onde vive o economista. Miami é certamente a cidade onde vive a maior comunidade de cubanos do mundo fora de Cuba. São mais de 600 mil morando lá.
Para Paulo Leme, se houver alguma mudança em Cuba, após a renúncia de Fidel Castro, será muito pequena, insignificante em relação ao que é hoje. De acordo com Leme, "qualquer mudança liberalizante será muito menor do que mereceria o povo cubano".
Segundo o economista, pelo que ele conclui em suas conversas com os cubanos que vivem em Miami, o que os fazem fugir do país de origem é a total falta de liberdade que lá ainda predomina.
"Os cubanos não se arriscariam à toa a serem comidos por tubarões", diz Paulo Leme.

Frases

"Os cubanos não se arriscariam à toa a serem comidos por tubarões"

"Qualquer mudança liberalizante será muito menor do que mereceria o povo cubano"

PAULO LEME
economista da Goldman Sachs

MAPA DA HOTELARIA
Uma pesquisa realizada pela consultoria inglesa Hogg Robinson Group aponta Moscou como a cidade com hospedagem em hotel mais cara do mundo em 2007. O ranking das dez localidades cujas diárias são a de maior preço não inclui nenhuma cidade brasileira. No entanto, o Brasil teve alta de 15,8% nos preços de diárias no último ano. O Rio teve expansão de 28% nos valores devido à preferência das organizações de conferências internacionais e feiras, além do Pan, em julho.

análise

Comprometimento puxa cheques sem fundos, diz Serasa

O maior comprometimento das famílias com as contas de janeiro, como IPVA, IPTU e material escolar, fez com que o volume de cheques devolvidos por falta de fundos aumentasse 1,6% em janeiro deste ano na comparação com dezembro do ano passado, segundo a Serasa.
A cada mil compensados, 19 cheques foram devolvidos duas vezes por insuficiência de fundos, segundo o estudo, no período. Em dezembro do ano passado, foram 18,7 cheques devolvidos por mil compensados. Em relação a janeiro de 2007, quando foram devolvidos 18,8 documentos a cada lote de mil, há uma alta de 1,1%.
A Serasa também avalia que, mesmo com o crescimento da renda e do emprego formal, o parcelamento das compras em prazos mais longos e o relaxamento nos critérios de concessão de crédito facilitaram o acúmulo de dívidas.
No mapa brasileiro, a região Norte foi a que registrou o maior número de devolução de cheques e o Amapá lidera o ranking dos Estados.

VITRINES: SETOR DE SHOPPING CENTERS FATURA R$ 23 BILHÕES EM SÃO PAULO
São Paulo, que concentra o maior número de shopping centers do Brasil, com 118 empreendimentos, ainda é destaque em investimentos, segundo a Abrasce (associação do setor). De 15 inaugurações previstas, seis serão no Estado. Os novos centros de compras devem gerar cerca de 9.000 empregos diretos. Em 2007, São Paulo também foi o Estado que mais faturou, com mais de R$ 23 bilhões.

OLÉ
Com o objetivo de atrair compradores finais, investidores, incorporadores, instituições financeiras, fundos de investimento, cadeias hoteleiras, corretores e agentes do setor imobiliário, a Espacio Brasil investiu R$ 4 milhões para montar o espaço destinado aos expositores brasileiros no Sima, o Salão Imobiliário de Madri. A empresa do grupo Eugenio especializada em marketing imobiliário, comandada por Mauricio Eugenio, é responsável por um espaço de 1.000 m2, quatro vezes maior que o de 2007. Entre os principais produtos imobiliários a serem apresentados pelo país, estão em destaque os complexos hoteleiros e de segunda residência no Nordeste. A Sima acontece de 8 a 12 de abril.

BRASILEIROS
O ranking de marcas mais valiosas de bancos do mundo da Top 500 Financial Brands, da revista "The Banker", tem quatro brasileiros. Em primeiro o Bradesco, na 42ª posição, com valor de US$ 4,1 bilhões. Em seguida vêm o Banco do Brasil (45º, US$ 4 bilhões), o Itaú (54º, US$ 3,5 bilhões) e o Unibanco (137º, US$ 974 milhões).

COLÔMBIA
O Brasil levará 17 empresas ao Destino Colômbia Encontro de Negócios, nos dias 25 e 26, durante a feira de turismo Vitrine Turística, na Colômbia. O Brasil é um dos países que mais contribuíram para o aumento de turistas à Colômbia.

AUTORIA
O Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) teve alta na distribuição dos direitos autorais de execução pública musical. Em 2007, o valor distribuído aos titulares de direitos autorais e conexos cresceu 21,63% ante 2006.

COMUNICAÇÃO
Fabio Fernandes, Ivan Marques, Loy Barjas e Rodrigo Andrade, sócios da F/ Nazca Saatchi & Saatchi, lançam hoje a QU4TRO, holding que centralizará negócios em comunicação, focada em investimento em novas demandas do setor. O foco para 2008 é adquirir empresas de promoção e eventos e novas mídias.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA

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