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Outro lado
MTE e beneficiados negam influência política
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) afirma que
"não assina convênio com esse
ou aquele partido político.
Existem normas a serem cumpridas". Segundo a pasta, todas
as liberações seguem os preceitos do artigo 36, inciso I, da
LDO/2007, que trata da destinação de recursos a entidades
privadas sem fins lucrativos.
"Destaque-se ainda que o
cronograma de desembolso encontra-se em consonância com
as fases previstas no cronograma de execução e que as liberações da 2ª e da 3ª parcelas somente serão autorizadas após a
apresentação de conta parcial
referente à primeira parcela liberada", diz o ministério.
Ainda segundo a pasta, há
exigência de licitação na contratação de entidades executoras por parte dos organismos
conveniados. O ministério diz
também que, para dar maior
transparência a esse tipo de
convênio, "está em fase final de
aprimoramento dispositivo onde a sociedade poderá consultar na página do MTE a oferta
de serviços prestados por parte
das entidades conveniadas".
Micael Ferrone, presidente
da DataBrasil, afirma que sua
empresa presta serviços para o
Sindicato dos Metalúrgicos de
São Paulo e que funciona no
mesmo prédio da Força Sindical e do sindicato mediante pagamento de aluguel de "uns R$
3.000". Ferrone negou que sua
empresa trabalhe com o Inesp,
de quem afirmou ser "concorrente". A DataBrasil diz ser
"parceira" da Força Sindical.
Osmar Gonçalves, presidente do Inesp, diz não ter "nenhuma relação" com a Força Sindical, embora já tenha trabalhado
para a entidade. Sobre a DataBrasil, diz que a conhece "como
concorrente". "Ela faz a mesma
atividade que eu faço."
Sobre o Icep, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que "em anos anteriores" colocou "emenda [orçamentária]
pessoal para eles". "Nunca
emenda direta para entidade,
mas de secretaria de governo.
No passado, já fiz pedido. Também posso ter dado referência."
Fernanda Ferreira, da Fundação Oscar Rudge, afirma que
a verba foi pedida pela própria
entidade ao ministério e que já
desenvolve outros projetos
com verbas federais. "Não tem
a ver com política."
A presidente da Fedecma e
mãe do secretário de Estado da
Juventude (PDT-MA), Marileide Rocha, diz que "lutou bastante" para que o projeto acontecesse no Maranhão, realizando até reuniões com pessoas do
ministério.
Gilson Lima, representante
da Catalisa, diz que a entidade
não tem "envolvimento político". "Na verdade, o que a gente
andou tomando conhecimento
é que o Ademir Camilo é um deputado da região."
O presidente da Brasil Voluntário, Saney Sampaio, admitiu doação a Chico Leitoa, ex-prefeito de Timon pelo PDT.
Disse que conhece Leitoa por
meio do filho dele, o deputado
federal Luciano Leitoa (PSB-MA). O presidente da ONG informou que é amigo de Luciano
e trabalhou como secretário
parlamentar do deputado. Ele
diz que a ONG não foi beneficiada pela proximidade com os
deputados. "O projeto era muito bom."
Lourdes Luna, secretária-executiva do grupo Mulher Maravilha, confirma que o deputado Paulo Rubem Santiago
(PDT-PE) é "colaborador" da
ONG e diz que os dois são amigos e trabalharam juntos em
outra ONG. No ano passado,
para a aprovação do projeto,
Luna diz que pediu ajuda ao gabinete de Santiago.
A 1ª secretária do Lar São Domingos, Jaci Gomes Duprat,
afirma que o ex-governador de
Alagoas Ronaldo Lessa (PDT)
"é um grande colaborador".
"Lessa sempre fez doações."
O deputado Barbosa Neto
(PDT-PR) disse que o Ciap foi
uma indicação do secretário de
Estado do Trabalho, Nelson
Garcia. Barbosa Neto disse que
conheceu o pessoal do Ciap na
assinatura do convênio.
Procurados, os demais citados na reportagem não foram
localizados ou não responderam aos pedidos de entrevista.
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