São Paulo, sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

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Fiscalização perde fôlego, e autuações recuam R$ 32,4 bi

JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No ano da primeira troca de comando na Receita no governo Lula, essa área perdeu eficiência na fiscalização. Em 2008, o crédito das autuações contra sonegadores caiu R$ 32,4 bilhões se comparado com o resultado de 2007.
No total, o crédito fruto das ações de fiscalização somou R$ 75,6 bilhões no ano passado. O valor equivale a cerca de 10% da arrecadação federal em 2008. Esses recursos são contabilizados como crédito porque não vão diretamente para os cofres públicos. O contribuinte autuado como sonegador pode recorrer às instâncias administrativas e à Justiça antes de pagar.
O número de empresas e pessoas físicas fiscalizadas também foi 28,7% menor, o que demonstra redução da presença fiscal no país. Em 2007, 42.252 contribuintes foram fiscalizados. Em 2008, foram 30.129.
A queda de arrecadação e o resultado da fiscalização têm sido considerados por integrantes do governo como o ponto fraco da secretária Lina Maria Vieira, que passou a comandar a Receita em agosto.
O subsecretário de Fiscalização do órgão, Henrique Freitas, que assumiu em setembro, afirmou que a greve dos auditores fiscais, de 18 de março a 9 de maio, explica a queda da fiscalização. Em 2007, os auditores- responsáveis por fiscalizar os contribuintes- ficaram apenas três dias paralisados por aumento de salários.

Malha fina para empresas
Freitas disse que a Receita trabalha na criação de um sistema que vai funcionar como uma malha fina para empresas. Os testes devem começar no fim do primeiro semestre. A Receita vai cruzar os dados de pagamento de tributos com outras informações das empresas, como registro de imóveis e cartões de crédito corporativos.
Segundo ele, a nova orientação é o foco nas grandes empresas. Freitas admitiu que até o número de pessoas físicas na malha fina pode diminuir. "Queremos melhorar a gestão de risco das malhas. Pegar realmente os grandes fraudadores", disse.
O coordenador-geral de estudo, previsão e análise, Marcelo Lettieri, disse que essa estratégia já está em prática.
Segundo ele, esse é o motivo para a redução do número de empresas e pessoas físicas fiscalizadas no ano passado.


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