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TELEFONIA
Entrada da TIM e da Oi contribuirá para que o país tenha 35 milhões de aparelhos até dezembro, segundo a agência
Anatel prevê o dobro de celulares neste ano
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O número de telefones celulares
no Brasil vai mais que dobrar até
o final deste ano, chegando a 35
milhões de unidades, contra os 17
milhões do ano passado.
A previsão foi feita ontem por
Antônio Carlos Valente, vice-presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Segundo o executivo, grande parte
desse crescimento deve ocorrer
devido à chegada das novas operadoras TIM (Telecom Italia Móbile) e Oi, que pretendem utilizar
o novo sistema GSM de telefonia
móvel.
"Não vai haver canibalização
dessas novas operadoras sobre os
usuários das atuais empresas. O
sistema GSM vai agregar mais
gente ao mercado de celulares,
pois seus preços são muito menores", afirmou Valente, que participou ontem da abertura da 12ª Telexpo - Feira e Congresso Internacional de Redes de Comunicação.
Apesar de a entrada da TIM nas
bandas D e E ainda não ter sido
aprovada oficialmente pela Anatel, Valente trabalhou ontem basicamente com números que davam a entender como certa a autorização para que a operadora
italiana inicie suas novas atividades no país.
"Recebemos vários documentos da TIM para o início de suas
atividades. Se tivermos certeza
que o interesse público irá se sobrepor aos privados, a autorização para que ela inicie suas novas
atividades será dada."
Privilégio
A Folha apurou que a TIM deve
iniciar suas operações já no próximo mês. A empresa, que está gastando cerca de R$ 6 milhões em
publicidade, ainda não recebeu o
aval da Anatel para atuar nas bandas D e E.
A autorização da Anatel dará à
empresa o privilégio de cobrir todas as regiões do país. Isso acontecerá porque o grupo italiano
participa da operadora de telefonia fixa Brasil Telecom, que não
antecipou suas metas de atendimento do ano que vem para este
ano, como prevê a legislação da
Anatel para liberar a entrada de
uma operadora já existente nas
bandas D e E neste ano.
A Folha também apurou que a
TIM deve iniciar suas operações
antes da Oi, operadora de GSM da
Telemar, que já antecipou suas
metas.
"O processo de liberação da Oi
está em andamento e deve levar
até 90 dias. Já a situação da TIM é
excepcional e não precisa cumprir os prazos de regimento ao receber a autorização para operar",
declarou Valente.
O diretor-presidente da TIM,
Draja Mihajlovic, declarou em palestra que já tem acordos de compartilhamento de redes com a Telemar e a BCP, entre outras empresas, o que facilita o início de
suas operações.
Substituição
Para Valente, a chegada de novos concorrentes em telefonia
móvel vai acelerar a tendência, já
existente, de substituição do telefone fixo pelo celular.
Ele lembrou que, em 1994, existia no Brasil 1 telefone celular para
cada 15 telefones fixos. No ano
passado, a relação já tinha caído
para 1 celular por 1,3 fixo.
A tendência de substituição das
linhas fixas pelos celulares é tão
forte que a Brasil Telecom já prepara estratégias que permitam
também evitar prejuízos contra a
perda de clientes.
Roberto Osaki, diretor de planejamento da operadora de telefonia fixa, afirmou que em breve
sua empresa vai lançar o telefone
fixo pré-pago. "Assim, vamos
atender as classes com menor poder aquisitivo."
Atualmente, cerca de 70% da receita das operadoras de celulares
no país vem dos aparelhos pré-pagos.
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