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ARGENTINA
Duhalde vê 25% de chance de superar crise
FABRICIO VIEIRA
DE BUENOS AIRES
A Argentina tem hoje 25% de
chance de se recuperar da crise
que consome o país. Ao menos é o
que pensa o presidente Eduardo
Duhalde, que afirma que esse panorama pode melhorar quando
se chegar a um acordo de ajuda financeira com o Fundo.
"Mas, se por qualquer motivo,
essa ajuda financeira não chegar,
teremos de nos preparar para
uma economia de guerra, muito
mais dolorosa [que a atual"."
Para Duhalde, o país já fez o suficiente para receber socorro do
Fundo e, consequentemente, de
outros organismos internacionais. "Isso deve acontecer inclusive por uma questão política, de
tranquilidade na América Latina." Mas o governo argentino
continua seu trabalho para se
ajustar às exigências deixadas pelo chefe da missão do Fundo que
passou pela Argentina, Anoop
Singh.
O presidente já pediu ao ministro de Justiça, Jorge Vanossi, que
analise modificar ou derrubar a
lei de "subversão econômica".
Singh pediu modificações na lei
por considerá-la abusiva e trazer
insegurança jurídica.
"Quando assumi, minha mulher perguntou que chance tínhamos de recuperação e eu respondi
que não mais que 10%. Hoje, penso que temos 25% de chance",
afirmou Duhalde, em entrevista
ao "Ambito Financiero".
O presidente argentino admitiu
que podem ser necessárias mudanças em seu gabinete. "Mas para fazer essas mudanças tenho de
contar com a possibilidade de integrar grandes figuras, como José
Manual de la Sota [governador de
Córdoba"." Rumores de mudanças no gabinete de Duhalde rondam o governo há semanas.
O nome mais cotado para ser
cortado, segundo analistas políticos, é o do atual chefe de gabinete,
Jorge Capitanich. Para alguns
analistas, a permanência de Lenicov frente à Economia está ligada
ao sucesso das negociações com o
Fundo. O presidente afirmou que
tomou a decisão de desvalorizar o
peso porque Lenicov o aconselhou.
Uma das exigências do Fundo
que mais tem preocupado o governo é a liberação total do câmbio, com o fim das intervenções
do Banco Central para tentar conter a alta do preço do dólar. Ontem o ministro da Economia, Jorge Remes Lenicov, convocou uma
reunião de urgência para discutir
o assunto. O dólar fechou com alta de 0,8%, a 2,47 pesos.
O governo conta com a liberação de US$ 9 bilhões pelo Fundo.
Esses recursos são pendentes do
programa interrompido pelo FMI
em dezembro do ano passado.
Além do dinheiro do Fundo, Duhalde espera a liberação de US$ 2
bilhões de outros organismos internacionais.
Voto definido
Duhalde afirmou ontem que a
Argentina condenará as violações
dos direitos humanos em Cuba
na ONU. "Temos de reafirmar
qual é nossa concepção de direito
humano." Na semana passada, o
Senado aprovou um projeto de
comunicação em que instava o
Executivo a não condenar Cuba.
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