|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRABALHO
Central sindical diz que objetivo é proteger empresas e trabalhadores de questionamentos jurídicos; CUT é contra
Força vai esconder quem flexibilizar CLT
DA FOLHA ONLINE
A Força Sindical vai preservar o
nome das empresas que assinarem acordos de flexibilização das
leis trabalhistas, que ainda não foi
aprovado no Senado. Pela proposta, as empresas poderão negociar a divisão das férias, o parcelamento do 13º salário etc.
Paulo Pereira da Silva, presidente da Força, diz que o objetivo não
é esconder as informações do público, mas sim proteger as empresas e os trabalhadores de eventuais questionamentos jurídicos.
"Vai ter um monte de juiz querendo barrar nossos acordos."
O acordo setorial de reforma da
CLT foi aprovado domingo em
assembléia realizada pela Força
em São Paulo, que reuniu cerca de
25 mil pessoas, segundo números
da central.
O advogado Octávio Bueno Magano, especialista em legislação
do trabalho, diz que a pretensão
da Força tem lógica apenas como
estratégia, mas não jurídica.
"Os acordos precisam ter os nomes das duas partes que o assinam. O que a Força está pretendendo é evitar a publicidade para
que os juízes não derrubem determinados acordos." Magano diz
que ainda existem muitos juízes
que preferem a tutela da lei aos
acordos fora da lei.
Para o presidente da CUT, João
Felício, se o acordo de flexibilização da Força fosse bom, não seria
necessário esconder o nome de
nenhuma empresa.
"Eles [a Força" vão esconder os
nomes das empresas para impedir que o público saiba quais são
os patrões que vão retirar direitos
dos trabalhadores. A CUT não escondeu o acordo da Volkswagen
com o Sindicato dos Metalúrgicos
do ABC porque as condições favoreciam os trabalhadores."
O negociador do Sindipeças
(Sindicato Nacional da Indústria
de Componentes para Veículos
Automotores), Dráusio Rangel,
concorda com a estratégia de sigilo que será adotada pela Força.
"Se um sindicato da CUT resolver denunciar a empresa que assinar o acordo à Delegacia Regional
do Trabalho, essa empresa passará por uma fiscalização. Queremos evitar esses transtornos."
Texto Anterior: Comércio: Lojas de R$ 1,99 trocam "chinês" por nacional Próximo Texto: Para Dornelles, flexibilização "já foi aprovada" Índice
|