São Paulo, quarta-feira, 20 de março de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Globo Cabo PN cai mais 8,6%; operadores esperam anúncio de corte de até 0,75 ponto nos juros

Teles lideram baixa de 0,89% da Bovespa

DA REPORTAGEM LOCAL

As ações preferenciais (sem direito a voto) da Globo Cabo tiveram desvalorização de mais 8,6% ontem. Foram as que mais caíram dentre as negociadas na Bovespa. Os papéis haviam perdido 7,9% no pregão da segunda-feira e fecharam a semana passada com desvalorização de 12,5%. No ano, a queda das ações PN da Globo Cabo está em 28,4%.
Os ADRs (American Depositary Receipts) da companhia caíram outros 8% ontem em Nova York.
A empresa vem sendo alvo de fortes vendas, por parte de investidores nacionais e estrangeiros, desde a semana passada.
A companhia divulgou mais um prejuízo no ano passado e anunciou aumento de capital de R$ 1 bilhão, com a participação do BNDES. O fato de o banco estatal estar envolvido no processo teve repercussão bastante negativa. Ontem, no mercado, houve o boato de que o BNDES poderia até deixar a operação.
A Bovespa caiu 0,89%, com volume negociado de R$ 534,347 milhões. As outras maiores baixas da Bolsa foram das teles CRT Celular PNA (2,8%), Embratel ON (2,7%) e Tele Celular Sul PN (2,7%) e da Copene (3%). A Bolsa ainda aguardava, ontem, a definição, pelo Congresso, para a votação do fim da CPMF para a compra de ações. O dólar fechou praticamente estável, a R$ 2,343.
O volume de negócios continuou fraco ontem. A decisão do Fed (o BC dos EUA) de manter os juros americanos em 1,75% ao ano já era esperada. Resta, agora, o anúncio do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, hoje, sobre os juros brasileiros.
Investidores preferiram manter a cautela na hora de fechar negócios, mas, à medida que se aproxima a decisão, cresce o número de pessoas no mercado que afirma que o corte poderá ser maior do que 0,25 ponto percentual.
Segundo um analista, em ano eleitoral, em que o governo tem o objetivo de estimular a economia, é hora de as taxas começarem a cair num ritmo mais forte. "Ou não haverá tempo para que elas alcancem um patamar mais razoável até o meio do ano." Ele afirma que não será surpresa se elas passarem dos atuais 18,75% para 18% ao ano.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para os juros tiveram pouca alteração. Taxas de prazo mais longo, como outubro, fecharam abaixo dos 18%. (ANA PAULA RAGAZZI)


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