São Paulo, quarta-feira, 20 de março de 2002

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COMBUSTÍVEL

Concessão de áreas da ANP recebe menos inscritos que nos outros anos

Cai interesse em explorar petróleo

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Passado o boom inicial proporcionado pela abertura do mercado de petróleo, em 1998, o setor perdeu atratividade. Neste ano, só 27 empresas se inscreveram na 4ª Rodada de Licitações da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Os números dos anos anteriores eram mais animadores: no ano passado e em 2000, 42 companhias se inscreveram em cada leilão. Em 1999, na primeira rodada, 38 se habilitaram. Eles mostram também a queda do interesse do investidor pelo setor de exploração e produção de petróleo.
O diretor-geral da ANP, Sebastião do Rêgo Barros, admite a retração e indica uma causa: "O fato de não ter havido descobertas [que permitam produção em larga escala" desde 1996 é um fator preponderante. É claro que, se houvesse uma grande descoberta, os interessados iriam duplicar ou até triplicar neste ano".
Ontem, a ANP lançou seu quarto leilão de áreas. Serão oferecidos 54 blocos, em 18 bacias.
Outro problema também pode reduzir o interesse das companhias: neste ano, muitos blocos são em terra, em que o Brasil não tem tradição em produção de óleo. As grandes reservas do país estão em águas profundas.
Na tentativa de aumentar o interesse das companhias, a ANP vai investir, pela primeira vez, em levantamentos geológicos para mapear melhor as áreas. Serão gastos R$ 100 milhões em 2002.
Seis bacias inexploradas foram colocadas em licitação. Quatro são em terra -Amazonas, Parnaíba, São Francisco e São Luís.
Sete companhias que nunca haviam participado de leilões no Brasil estarão no páreo. São todas de pequeno porte, como a Norsk Hidro (Noruega), a Alberta Energy (Canadá) e as brasileiras Starfish e Petrorecôncavo.
A surpresa é o banco Opportunity, que participa da Petrorecôncavo. O banco tem seus maiores investimentos em telecomunicações e controla a Brasil Telecom e as celulares Telemig e Tele Amazônia. As inscrições para a quarta rodada se encerram em maio.

Gasoduto
Rêgo Barros disse que o concurso entre empresas interessadas em participar da ampliação do gasoduto Brasil-Bolívia está suspenso até que o governo termine a reavaliação do programa de construção de termelétricas. Só depois disso poderá ser determinada a demanda de gás para mover as usinas e a necessidade de aumentar o duto.
A idéia era dobrar a capacidade do gasoduto -hoje, de 30 milhões de m3.



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