São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 2003 |
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O VAIVÉM DAS COMMODITIES Abastecimento de álcool São Paulo já tem 900 milhões de litros de álcool garantidos do 1,1 bilhão que deverá produzir a mais neste ano, conforme acerto feito pelo setor com o governo. Na região centro-sul, o volume de produção deste ano deverá superar em 1,5 bilhão de litros o da safra anterior. A antecipação de produção de abril também está praticamente garantida e atinge 325 milhões de litros dos 400 milhões esperados em São Paulo. Passagem garantida Eduardo Pereira de Carvalho, da Unica, diz que a oferta de álcool para abril, período crítico devido à entressafra, está garantida. O consumo mensal é de 900 milhões de litros, mas os estoques são de 630 milhões de litros -segundo o mercado-, e a antecipação de safra será de 600 milhões de litros. Garantia de produção Carvalho diz que os produtores estão fazendo um acordo voluntário registrado no sindicato das usinas. Todos devem produzir a mesma quantidade de álcool de 2002 e o 1,5 bilhão de litros extra será dividido conforme o volume de cana a ser moído. Quem furar o esquema terá sanções e pagará sua cota em US$ 400 por mil litros. Custos Os produtores terão custos com a antecipação da safra. A cana não estará no ponto ideal, o que gerará produção menor em 2%. Esses custos são pequenos em relação à desestruturação do mercado se faltasse álcool, diz Carvalho. Safra 2003/4 A oferta de cana em 2003/4 será de 282 milhões de toneladas, 5% mais do que em 2002/3. Mas a qualidade da cana será inferior. Produção de açúcar Os dados divulgados ontem pela Unica indicam safra de 12,6 bilhões de litros de álcool na safra 2003/4 no centro-sul, 13% mais do que na anterior. No mesmo período, a produção de cana-de-açúcar cai para 18,7 milhões de toneladas, com recuo de 8%. A maior produção de álcool deverá provocar redução de 1,8 milhão de toneladas nas exportações de açúcar. Pendência argentina Carvalho diz que o Brasil deverá acertar as diferenças com a Argentina sobre açúcar na OMC. "Comércio é guerra e troca de porradas, e não de gentilezas." A situação argentina atrapalha as negociações brasileiras na própria OMC, Alca e União Européia. De olho no preço Os preços da soja no mercado de lote e os pagos aos produtores estão muito próximos. A história mostra que quando isso ocorre, os preços pagos aos produtores sempre recuam para uma recomposição das margens das cooperativas e dos cerealistas. Porque sobe O fim da colheita em algumas regiões e a interrupção em outras -porque os produtores preferem colher antes a soja- estão dando sustentação aos preços do milho. Na avaliação do mercado, os preços vão continuar aquecidos. Discussões no setor de café Na segunda-feira, o setor de café se reúne em seminário no Rio de Janeiro. Na pauta, a redução da safra, o custo Brasil e a função dos órgãos brasileiros e internacionais que regulamentam o setor. E-mail: mzafalon@folhasp.com.br Texto Anterior: Mercado financeiro: Viés de alta e guerra à vista elevam dólar Próximo Texto: Vizinho em crise: FMI aprova 1ª revisão do acordo e libera US$ 307 mi para Argentina Índice |
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