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VIZINHO EM CRISE
Desembolsos vão reprogramar dívidas
FMI aprova 1ª revisão do acordo e libera US$ 307 mi para Argentina
MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES
O FMI (Fundo Monetário Internacional) anunciou ontem a
aprovação da primeira revisão do
acordo com a Argentina e liberou
o desembolso de US$ 307 milhões
para o país.
O governo argentino assinou o
acordo com o FMI em janeiro
deste ano. A negociação com o
Fundo demorou quase um ano, e
o país havia declarado que daria o
calote na dívida com os organismos multilaterais de crédito caso
não pudesse contar com a ajuda
do FMI.
O país deixou de pagar empréstimos do Banco Mundial que venceram no final do ano passado.
No final de janeiro, o FMI anunciou que havia chegado a um
acordo para assinar um programa de transição com o país: o
acordo termina em agosto, quando o novo governo argentino, que
assume no final de maio, deverá
negociar um pacote de médio e
longo prazos.
Em 28 de janeiro, o Fundo liberou US$ 1 bilhão, dinheiro suficiente para que o país reprogramasse as dívidas com o Fundo e o
Banco Mundial que já haviam
vencido.
O programa prevê desembolsos
de cerca de US$ 3 bilhões, mas o
governo argentino não receberá
dinheiro "fresco". Os desembolsos serão utilizados para reprogramar as dívidas já assumidas
pelo país e que vencem até agosto
deste ano.
PIB cai
A economia argentina encolheu
10,9% em 2002, informou ontem
o Indec, o órgão de estatísticas oficial do governo argentino.
A queda do PIB -Produto Interno Bruto, soma dos valores dos
bens e serviços finais produzidos
no país- argentino já era estimada por analistas e pelo próprio governo em cerca de 11%.
A economia argentina estava
em recessão desde 1998. Com a
queda do ano passado, no entanto, 2002 passa a ser o ano em que o
país teve o pior desempenho econômico já registrado.
O governo estima que a economia deve crescer aproximadamente 4% neste ano, impulsionada principalmente pelo aumento
das exportações.
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