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MAIS UM
Presidente afirma que o governo poderá discutir redução de impostos dos carros em troca da criação de empregos
Lula acena com novo acordo para montadora
PAULO PEIXOTO
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BETIM
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva afirmou ontem na fábrica da
Fiat Automóveis, em Betim (MG),
que o governo poderá convocar
novamente as montadoras para
discutir um novo acordo que incremente a venda de veículos no
mercado interno.
Lula, no entanto, aventou a possibilidade de, no eventual acordo,
ser discutido não apenas a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em troca da
estabilidade de empregos e manutenção de preços, como de costume, mas também a criação de
mais postos de trabalho. Sugeriu
que Estados e municípios abram
mão de receitas tributárias.
Lula tocou no assunto, em discurso, ao afirmar que foi interpelado por diretores e trabalhadores
da montadora sobre a redução do
IPI para que mais carros sejam
vendidos. O novo acordo teria
termos parecidos com o de 1992.
"Um acordo como esse pode ser
feito, e o governo estará totalmente aberto para convocar outra vez
a indústria automobilística e ver
que tipo de política podemos adotar para facilitar não apenas a venda do carro, mas para garantir
que as empresas contratem mais
trabalhadores para que a gente
possa gerar os empregos necessários no país", afirmou.
Lula acrescentou: "Na verdade,
todos ganham, porque as empresas vão produzir, os trabalhadores vão ter emprego e os Estados
vão arrecadar mais por conta da
quantidade de carros que for vendida no mercado interno. Essa é
uma coisa que nós poderemos fazer". Lula não marcou data.
Vigorou até o mês passado o último acordo entre governo e
montadoras, pelo qual o IPI foi reduzido em três pontos percentuais. As empresas mantiveram
os empregos e não reajustaram os
preços até dezembro. Após o fim
do acordo, as empresas começaram a reajustar os preços, com
impacto nas vendas.
Lula foi à Fiat assinar convênios
na área social. A empresa vai
construir minibarragens no Vale
do Jequitinhonha, a região mineira mais pobre, e doou um carro
para o Fome Zero. Foi a primeira
vez que Lula foi à Fiat.
Falando a cerca de 3.000 operários, Lula disse que os juros no
Brasil continuam altos porque o
governo ainda busca dar credibilidade interna e externa ao país.
Em tom didático, Lula disse que
a questão é "delicada". Explicou
que a taxa é alta por causa do controle da inflação. Disse que o governo poderia usar outras medidas, como o controle de preços e a
redução do imposto de importação, mas essas medidas causariam aumento de preços no "mercado paralelo" e "desemprego".
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