DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O BNDES poderá ter participação nos consórcios brasileiros que ainda tentam comprar a Embratel. De acordo com o presidente do banco, Carlos Lessa, essa participação seria de aproximadamente US$ 220 milhões.
Por meio do BNDES, o governo procura obter controle da Star One, empresa da Embratel que opera os satélites e que faz a transmissão de informações militares, consideradas estratégicas.
Lessa praticamente descartou a possibilidade de a Telmex -mexicana que fez a proposta de compra aceita pela MCI, controladora norte-americana da Embratel- ter financiamento do banco.
A proposta da Telmex -US$ 360 milhões- ainda está sendo analisada pela Corte de Falências do Distrito Sul de Nova York. A Corte pode decidir permitir que outros consórcios apresentem propostas, caso julgue que elas possam ser mais vantajosas.
"Se a MCI escolher como comprador o grupo mexicano e o grupo mexicano não nos procurar, nós não participaremos. Agora, se no final o comprador for um dos dois consórcios que já nos procuraram [o das concessionárias de telefonia fixa e o da Telos, fundo de pensão da Telebrás], participaremos, sim", disse Lessa.
Questionado se a Telmex ainda poderia procurar o banco para negociar, Lessa disse não acreditar nessa possibilidade. "A essas alturas ela [Telmex] já mostrou que pode comprar sozinha com seu próprio dinheiro", afirmou.
As declarações de Lessa foram dadas após reunião com o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP). O senador foi mais enfático a respeito de o governo conseguir que a Telmex permita que o governo tenha controle da Star One.
"Ela [Telmex] precisa pedir autorização das autoridades brasileiras para poder operar no Brasil. Nesse processo nós queremos a participação decisiva do Estado brasileiro, por meio, sobretudo, do BNDES, na Star One, para que haja segurança de que não haverá interrupção dos investimentos nem na oferta desse serviço."
Na quinta-feira representantes das operadoras de telefonia fixa e da Telmex estiveram com o ministro Eunício Oliveira (Comunicações). Segundo o ministro, se disseram dispostas a negociar com o governo o controle sobre a Star One.



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