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SAIBA MAIS
Para economista, é baixo o risco de "doença holandesa"
DA REPORTAGEM LOCAL
A desvalorização do real em
relação ao dólar, depois de alguns anos de alta das exportações, levou alguns economistas
a apontarem o risco de o Brasil
enfrentar a "doença holandesa". Hoje, à luz do desempenho
da balança comercial brasileira, a maioria dos analistas descarta a possibilidade.
Na década de 70, os holandeses descobriram jazidas de gás
no mar do Norte. Gás suficiente para atender às necessidades
internas e exportar para o resto
da Europa. Com as exportações, a entrada de dólares na
economia holandesa valorizava a moeda local, o que fez quase todos os outros setores perderem competitividade, sendo
expulsos pelo único produto
que o país podia exportar com
o câmbio muito baixo: o gás.
O resultado foi o sucateamento de outros setores, com
queda na produção de quase
toda a indústria, que ainda tinha a competição de importados. Os que sustentam que o
Brasil passa por processo semelhante apontam para o fato
de o país ser grande exportador
mundial de commodities, o
que estaria prejudicando os demais setores da economia, por
meio da queda do dólar.
Mas no Brasil não ocorreu
encolhimento do setor industrial, que tampouco deixou de
exportar. Julio Sérgio Gomes
de Almeida, do Iedi, (Instituto
de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), não vê sinais da "doença holandesa" no
Brasil. Mas diz que há o risco de
desindustrialização caso o
câmbio permaneça por muito
tempo em níveis que corroam a
competitividade dos produtos
brasileiros.
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