São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 2006

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Para economista, é baixo o risco de "doença holandesa"

DA REPORTAGEM LOCAL

A desvalorização do real em relação ao dólar, depois de alguns anos de alta das exportações, levou alguns economistas a apontarem o risco de o Brasil enfrentar a "doença holandesa". Hoje, à luz do desempenho da balança comercial brasileira, a maioria dos analistas descarta a possibilidade.
Na década de 70, os holandeses descobriram jazidas de gás no mar do Norte. Gás suficiente para atender às necessidades internas e exportar para o resto da Europa. Com as exportações, a entrada de dólares na economia holandesa valorizava a moeda local, o que fez quase todos os outros setores perderem competitividade, sendo expulsos pelo único produto que o país podia exportar com o câmbio muito baixo: o gás.
O resultado foi o sucateamento de outros setores, com queda na produção de quase toda a indústria, que ainda tinha a competição de importados. Os que sustentam que o Brasil passa por processo semelhante apontam para o fato de o país ser grande exportador mundial de commodities, o que estaria prejudicando os demais setores da economia, por meio da queda do dólar.
Mas no Brasil não ocorreu encolhimento do setor industrial, que tampouco deixou de exportar. Julio Sérgio Gomes de Almeida, do Iedi, (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), não vê sinais da "doença holandesa" no Brasil. Mas diz que há o risco de desindustrialização caso o câmbio permaneça por muito tempo em níveis que corroam a competitividade dos produtos brasileiros.


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