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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Ultra foi o maior ganhador
na compra do grupo Ipiranga
O grupo Ultra, de Paulo Cunha, foi o grande vencedor da
operação anunciada ontem de
US$ 4 bilhões de compra do
grupo Ipiranga pelo consórcio
formado pelo próprio Ultra, pela Braskem e pela Petrobras. Da
noite para o dia, o grupo Ultra,
que não participava do mercado de distribuição de combustível, passou a deter 15% do setor
no país, com os 3.200 postos
Ipiranga das disputadas regiões
do Sul e Sudeste.
O desejo do grupo Ultra de
comprar os postos Ipiranga não
é novo. Logo depois de ter perdido a disputa pela compra da
Copene para a Odebrecht, no
final de 2000, que originou a
criação da Braskem, Paulo Cunha passou a mirar na Ipiranga
e na possibilidade de ingressar
em um novo e promissor de setor -o de distribuição de combustível.
A Ipiranga já começava a viver um problema que poderia
gerar conflitos de gestão. Controlada por cinco famílias, o
grupo Ipiranga enfrentava problemas sucessórios, o que prejudicava seus planos de investimento. Segundo analistas do
mercado, a empresa estava engessada.
Em 2002, Paulo Cunha fez
sua primeira ofensiva para adquirir a empresa. O empresário
chegou a assinar um memorando de entendimento com a Petrobras para ser sua sócia na
operação, mas o negócio não
prosperou.
De lá para cá, a Ipiranga negociou com diversos outros interessados. Entre eles, a Repsol
e a Total. No final do ano passado, o grupo Ultra voltou a atacar e chamou a Braskem e a Petrobras para fazer parte do negócio. A negociação durou apenas cinco meses, sem tempo até
para "due diligence".
entrevista
"Vamos energizar essa companhia"
Assim como vários envolvidos na operação da Ipiranga, Paulo Cunha virou duas
noites consecutivas para fechar o negócio. Ontem, ele
trabalhou normalmente em
seu escritório, sem esconder
a alegria com a operação.
"Vamos energizar essa companhia." Uma curiosidade: as
duas empresas nasceram no
mesmo ano, 1937, portanto
há 70 anos. "Para quem acredita em astros, um belo sinal.
Para mim, uma bela coincidência."
FOLHA - O grupo Ultra foi quem
mais ganhou com a operação?
PAULO CUNHA - O negócio é
bom para o país e para todas
as empresas. O setor de distribuição de petróleo se tornará mais dinâmico. As atividades nessa área estavam
trancadas por força de circunstâncias do grupo Ipiranga. Estamos preparados para
desenvolver a empresa. Vamos energizar essa companhia.
FOLHA - O sr. pretende investir
quanto?
CUNHA - Vamos investir
muito, desde já. Tornaremos
a companhia mais eficiente,
maior e mais dinâmica. O
mercado vai mudar muito
com a ampliação da presença
do álcool, e nós estaremos
presentes nessa hora.
FOLHA - Haverá mudanças?
CUNHA - Não iremos mexer
na estrutura operacional da
Ipiranga nesse instante.
VERDE-E-AMARELO
A operação de compra da
Ipiranga pelo consórcio Ultra, Petrobras e Braskem foi
toda arquitetada por Pércio
de Souza, criador da butique
de investimentos nacional
Estater Gestão e Finanças.
Especializado em fusões e
aquisições, ele compete com
gigantes como ABN Amro,
UBS e Credit Suisse.
PERUANITA
A peruana Taca anuncia,
na semana que vem, a duplicação de oferta de vôos de
capitais como Buenos Aires,
Quito, Bogotá, Caracas e São
Paulo para Lima. Em SP, haverá dois vôos diários.
SOMBRERO
Guilherme Lacerda, presidente da Funcef, está no
México para apresentar práticas de governança corporativa do fundo de pensão.
Dará palestra em seminário
com representantes das empresas do Círculo de Companhias da América Latina,
que inclui Ultrapar e Suzano, grupo Corvi e Holding
del Golfo (México), Atlas
Eléctrica (Costa Rica).
PÉ DE ATLETA
Chega nesta semana, ao Brasil, a marca de tênis Brooks, voltada para corredores. Os responsáveis são os empresários e maratonistas Ely Behar e Luca Radial. Focada no segmento de corrida, a marca de tênis será encontrada somente em lojas especializadas. "Queremos dar atendimento técnico ao cliente", diz Behar. Segundo ele, a idéia é começar trazendo os produtos para São Paulo, Rio e Paraná. Até 2009, a distribuição será completa, em nível nacional. "Queremos fazer isso gradualmente,
para respeitar o processo de construção da marca no Brasil."
DEGUSTAÇÃO
A Cooperativa Vinícola Aurora inaugurou ontem a Casa
Aurora em São Paulo, um showroom com sala de degustação para receber o público. A cooperativa, fundada há 76 anos na Serra Gaúcha, faturou 14% a mais em 2006, com
relação a 2005, ultrapassando R$ 152,5 milhões. "A cooperativa sentiu necessidade de se aproximar do público, por isso abrimos a casa", diz Carlos Zanotto, o superintendente da cooperativa. Na inauguração do novo espaço, foi apresentado o Aurora Millesime, da safra de 2004.
ELEITO
Jorge Gerdau Johannpeter foi eleito pelo Lide para
receber o prêmio Personalidade Empresarial de 2007
no sexto Fórum Empresarial de Comandatuba, na
noite de 20 de abril. Já confirmaram presenças no Fórum os governadores Jaques
Wagner (Bahia), Sérgio Cabral (Rio), Eduardo Campos
(Pernambuco) e Cássio Cunha Lima (Paraíba).
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