|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Concentração
preocupa os
concorrentes
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
PEDRO SOARES
EM SÃO PAULO
O aumento da participação da Petrobras Distribuidora no mercado de combustíveis nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, após a
compra de parte da rede de
distribuição do grupo Ipiranga, é visto com preocupação
pelas demais distribuidoras.
Segundo levantamento
feito pelo Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas
Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes), a estatal terá 59,4% do abastecimento na região Norte, com
51,1% na região Centro-Oeste, 56,4% no Distrito Federal
e 47,5% no Nordeste.
Antes da negociação, a BR
Distribuidora detinha uma
fatia de 32% do mercado nacional, enquanto a do grupo
Ipiranga era de 17,3%.
Pelo acordo, o grupo Ultra
ficará com as operações de
distribuição de combustíveis
nas regiões Sul e Sudeste, enquanto a BR assumirá as
operações no Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Distrito
Federal.
Quando a operação estiver
consumada, a BR ficará com
36,4% do mercado nacional,
e o grupo Ultra, com 12,9%.
O diretor de Suprimento e
Distribuição da Esso, Leonardo Gadotti Filho, que é
também vice-presidente do
Sindicom, disse à Folha que
a concentração de mercado
em mãos da Petrobras preocupa as outras distribuidoras, mas as informações ainda são incipientes para uma
tomada de posição.
O diretor da Texaco Artur
Ituassu, que também integra
a diretoria do Sindicom, declarou-se igualmente preocupado com o fato de a BR
passar a dominar mais de
50% do mercado nas regiões
Norte e Centro-Oeste.
No entanto acha provável
uma ação do Sindicom contrária à compra no Cade
(Conselho Administrativo
de Defesa Econômica).
Executivos do setor que
preferiram não se identificar
estranharam o interesse da
estatal nessas regiões onde
já tinha forte presença e nas
quais os postos são menos
rentáveis.
Já o vice-presidente da
AleSat, com forte atuação no
Nordeste, não se disse preocupado, pois a Petrobras já
poderia adotar "práticas predatórias" se quisesse, dado
seu peso na região.
Na avaliação de Paulo Miranda, presidente em exercício da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes), os revendedores
estão preocupados com a excessiva "concentração e verticalização" do setor. Sentiram, porém, "um alívio" com a entrada da Petrobras no
negócio. Segundo ele, temiam especialmente uma
entrada agressiva da venezuelana PDVSA, que chegou
até a negociar a compra da
Ipiranga.
Texto Anterior: Petrobras, Ultra e Braskem fatiam Ipiranga Próximo Texto: Cade deverá analisar venda da Ipiranga Índice
|