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PÉ NO FREIO
Subsecretário dos EUA descarta cenário de altas significativas em taxas
Juro não traz risco ao Brasil, diz Taylor
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O subsecretário do Tesouro dos
Estados Unidos, John Taylor, disse ontem que não vê perspectivas
de elevação significativa nos juros
globais que possa causar problemas à economia brasileira.
"Não vejo uma mudança grande nas taxas de juros no mundo
que possa afetar a economia brasileira", disse Taylor ontem à noite, em entrevista conjunta com o
secretário do Tesouro do Brasil,
Joaquim Levy, e com o secretário
de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcos Lisboa.
Ao ser questionado sobre se os
juros nos EUA subirão nos próximos meses e como isso afetaria a
economia brasileira, Taylor evitou especular sobre o aumento,
mas afirmou que não se deve
olhar apenas para as taxas do seu
país, e sim para as globais.
Para ele, embora o que aconteça
com os juros no mundo seja importante, o decisivo para o Brasil é
o andamento da política econômica. "O que influencia a taxa no
Brasil é o que está acontecendo no
Brasil", disse o subsecretário,
após ter feito elogios à condução
da economia brasileira.
O secretário Levy disse que,
quando se pensa que os juros dos
Estados Unidos podem aumentar, é importante ter em mente
que, se isso ocorrer, é porque a
economia americana está crescendo e que, se ela cresce, há vantagens a serem aproveitadas. "Se
formos um país arrumado [economicamente], vamos estar preparados para aproveitar."
Infra-estrutura
Taylor foi diplomático ao falar
sobre a sugestão brasileira de que
o FMI (Fundo Monetário Internacional) modifique os critérios
de avaliação das contas públicas
dos países para permitir que investimentos em infra-estrutura
sejam tratados como inversões
produtivas, e não como despesas.
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva vem buscando apoio internacional para a mudança.
O subsecretário disse que os investimentos públicos "são essenciais e fazem diferença para o
crescimento econômico". Segundo ele, nos Estados Unidos, há diversidade na contabilidade pública em relação a essas inversões. O
governo federal usa o mesmo critério usado pelo Brasil, mas vários
Estados usam critérios diferentes.
Segundo Taylor, os Estados
Unidos não se opõem a que o Brasil busque uma maneira de viabilizar esses investimentos. Levy
disse que as mudanças, que buscam aproximar a contabilidade
pública da privada, dependem de
soluções técnicas, e não apenas
políticas. Segundo ele, os Estados
Unidos são favoráveis a mudanças, desde que as contas fechem.
Os secretários brasileiros e o
subsecretário norte-americano
passaram o dia reunidos na FGV
(Fundação Getúlio Vargas), onde
discutiram propostas de estímulo
ao crescimento econômico, especialmente às pequenas empresas.
A reunião, a segunda desde
agosto do ano passado, é resultado de acordos assinados na visita
do presidente Lula aos Estados
Unidos em junho de 2003.
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