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MERCADO ABERTO
Baixa do juro não compensa gasto maior
A redução dos juros prevista
para este ano pode não ser
suficiente para compensar a
queda no superávit primário, de 5% para 4,3% do PIB.
Se os juros caírem cerca de 2
pontos percentuais, o ganho do
governo poderá atingir até R$ 10
bilhões, numa estimativa otimista. Já a queda no superávit primário, de 0,7 ponto percentual
do PIB, representará uma alta
nos gastos de até R$ 14 bilhões.
O alerta é do economista Raul
Velloso, ao comentar os resultados das contas públicas no início
deste ano. Segundo ele, os números de janeiro e fevereiro são
preocupantes e pressupõem um
certo pessimismo para o ano.
"Há riscos de estremecimentos."
O economista acha que esse fato, de redução do superávit primário, que começa a ser observado neste ano, decorre de um problema estrutural, e não somente
das eleições. De acordo com Velloso, há sinais evidentes de esgotamento da política de geração
de superávits primários que vem
sendo adotada desde 1999.
Para Velloso, os crescentes superávits primários sempre foram
alcançados às custas de aumento
da arrecadação e de corte nos investimentos, e nunca por meio
de redução dos gastos. "Um dia o
aumento da arrecadação iria esbarrar num teto, e o corte de investimentos, num piso", diz.
O dia do esgotamento dessa
política pode ter chegado. Segundo Velloso, os sinais são evidentes. Um deles, por exemplo, foi,
no ano passado, o governo não
ter conseguido aprovar a MP
232, que aumentava o imposto
dos prestadores de serviços.
Para Velloso, a ficha do esgotamento dessa política ainda não
caiu até agora porque o crescimento mundial mascara todos
os problemas. Se o tempo virar,
com a alta do preço do petróleo e
a ameaça de guerra no Irã, os
ventos podem mudar.
ÀS CLARAS
A operação brasileira da americana Cummins Power Generation irá embarcar, de maio a setembro, um lote de 140 geradores de energia fabricados no país para o Iraque. A venda, que
deve render à filial brasileira cerca de US$ 5 milhões, faz parte
de um pacote de 400 geradores negociados pela Cummins no
exterior com uma empresa americana que participa da reconstrução iraquiana, no valor de US$ 15 milhões. E já existem
acordos preliminares para a venda de outras 400 máquinas, diz
Fausto Ferrari, executivo da companhia no país. Os geradores
que serão embarcados foram adaptados para trabalhar em ambientes com temperaturas mais elevadas, a 50º C, e com forros
acústicos, uma vez que devem operar 24 h por dia. Segundo ele,
as exportações respondem por algo entre 70% e 75% das vendas em volume da filial, mas essa participação tem caído.
ACIMA DO MERCADO
A Siemens anuncia nesta semana que pretende atingir em
participação de mercado, até
2007, quase metade (45%) do
segmento de imagem molecular,
utilizado para diagnóstico precoce do câncer. A meta da empresa é superior ao crescimento
do mercado. No Brasil, o setor de
imagem molecular teve faturamento de R$ 44 milhões em
2005, e a previsão é que cresça
30% neste ano. O anúncio será
em evento do setor em SP.
NOVO COMANDO
Luiz Augusto Rosa Gomes assume hoje a Cavo, empresa de
gestão ambiental do grupo Camargo Corrêa. Ele substitui
Humberto Junqueira de Farias,
que passa a dirigir a argentina
Loma Negra. A Cavo cresceu 9%
no primeiro trimestre ante o
mesmo período de 2005.
AULA INTERNACIONAL
O especialista em negócios internacionais Brian Silverman
vem ao país para o 1º Simpósio
Internacional de Administração
e Marketing e o 3º Congresso de
Administração, na próxima semana, na ESPM, em São Paulo.
CASA NOVA
O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci Filho já está morando em novo endereço em
Brasília. Ele deixou a residência
oficial do cargo na terça-feira.
APOIO DECORADO
A Casa Cor de 2006 já tem seis
novos apoios. A rede Ponto Frio
dará apoio nacional e a DaimlerChrysler, a Gyotoku e a Bosch
darão apoio em São Paulo. A
Colgate e a Reckitt Benckiser farão ações para produtos.
QUÍMICOS EM ALTA
O setor de distribuição de produtos químicos e petroquímicos
teve aumento de 24,4% nas vendas em dólares em março em relação ao mês anterior. O índice
supera a expectativa de 17% estimada no Relatório Tendências,
da Associquim e do Sincoquim,
entidades do setor. Já as vendas
em reais tiveram crescimento
médio de 23,9%. Os motivos
apontados foram a recuperação
da atividade industrial nos primeiros meses do ano e o número
maior de dias úteis no mês.
NA MIRA
Marcelo Trindade, o xerife do mercado de capitais,
diz que a investigação sobre o possível vazamento de informações
privilegiadas na operação de pulverização do controle da Telemar
deve ser longa, mas entrará na lista de prioridades do órgão. Ele afirma que, na semana passada, o filtro da CVM já tinha detectado um
movimento estranho das ações da Telemar e, com a divulgação do
fato relevante na segunda, decidiu-se abrir investigação. Dependendo do resultado, a CVM irá abrir ou não inquérito. A CVM também
investiga se houve vazamento de informações em operação recente
da Embraer, semelhante à da Telemar. Trindade esclarece que, se
for detectada irregularidade, as sanções são para as pessoas que se
utilizaram das informações privilegiadas, e não às empresas.
PODER DA MARCA
A Microsoft tem a marca
mais poderosa do mundo, no
valor de US$ 62,04 bilhões,
mas o boom econômico chinês já é sentido com a China
Mobile, quarta na lista elaborada pela Millward Brown
Optimor. O ranking, que
quantificou os sentimentos e
as percepções de consumidores sobre o momento das
marcas e o potencial no futuro, apontou ainda que empresas de varejo mostram forte
contribuição às marcas, tendência personificada pelo
sexto lugar do Wal-Mart.
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