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África deve ter crescimento sustentável
DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
Depois de décadas perdidas em
termos econômicos, a África deverá finalmente consolidar em
2006 e 2007 uma trajetória de
crescimento sustentável.
A região sub-saariana, a mais
pobre do mundo, deverá alcançar
uma taxa de crescimento da ordem de 5,8% neste ano -o maior
em 30 anos.
Boa parte do desempenho positivo registrado na região é conseqüência da contínua elevação nos
preços do petróleo, que têm beneficiado países produtores como
Nigéria, Angola e República do
Congo.
Mas a recuperação econômica
atinge também os países não-produtores do combustível que, segundo avaliação do Fundo Monetário Internacional (FMI), têm levado adiante reformas estruturais
importantes.
O processo de aquecimento da
economia global como um todo
ainda beneficia especialmente os
países produtores de alimentos
no continente africano. Além de
atender à demanda interna, contribuindo para segurar a inflação,
a produção desses países tem registrado excedentes exportáveis.
Além disso, nos últimos anos, o
FMI perdoou cerca de US$ 2,5 bilhões em dívidas de 13 países africanos, contribuindo para uma
melhora também nas contas externas.
Pobreza persistente
Em termos gerais, porém, a região continua figurando como a
mais pobre do planeta e ainda está
longe de atingir as chamadas Metas do Milênio, que perseguem a
melhora de uma série de indicadores sociais.
Em termos macroeconômicos,
apesar da recuperação, a região
também continua a sustentar algumas das maiores taxas de inflação do planeta. Na média, a África
sub-saariana segue com níveis de
inflação de dois dígitos (10,7%).
Em toda a região, o pior desempenho é o do Zimbábue, cujo panorama contrasta fortemente
com os outros países. Em 2006, a
antiga colônia inglesa sofrerá com
uma inflação anual de 850% e
com queda de quase 5% em seu
PIB (Produto Interno Bruto).
(FCZ)
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